Mal saio do apartamento e caminho pela City (o que tenho evitado agora que estou com o pé lesionado) e já tenho o que postar.
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De manhã, para ir ao local da prova de responsabilidade profissional, caminhei pela 35th St da 6th Ave até a 11th Ave. Nesse curto trajeto de 1,5Km (pra mim até que não foi tão curto, por causa do pé lesionado, mas não tenho paciência pra esperar ônibus), 90% dos diálogos que presenciei entre transeuntes eram em espanhol. (Transeuntes: não é linda essa palavra?) Eu via duas pessoas à distância e pensava, “pronto, esses devem estar falando espanhol também.” À medida que me aproximava, ouvia “[blablablá] ciento ochenta [blablá]” ou algo do estilo e confirmava minha suspeita.
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Depois do exame, caminhei umas duas ou três quadras pela Broadway, já perto da estação de metrô da Herald Square. E acho que nem sempre consigo disfarçar um ar de turista quando caminho por ali. O barulho me hipnotiza, o Empire State me deslumbra, o cartaz da Macy’s que diz “a maior loja do mundo” me deixa um pouco abobado. Nisso, um transeunte (de novo um deles) surge do mais absoluto nada, olha bem pra mim e, sem parar (afinal, ele é um transeunte), joga na minha cara uma acusação: “you’re from Switzerland!” (“você é da Suíça!”). Eu, que também sou transeunte e já estou perto da estação de metrô, não paro. Intrigante, não? Me deu vontade de correr atrás dele (mas ah! o pé lesionado!) e dizer, “não, mas foi um bom chute.”
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Já no “meu” trem (F, o único que vem pra Roosevelt Island), ao parar na estação 47-50 Sts Rockefeller Center, o carinha da gravação do metrô (era uma gravação, não um transeunte) anunciou que é possível fazer transferência para as linhas B, D, ou M. Então me dei conta de que são minhas iniciais, na ordem invertida. Em junho, extinguiram a linha V e colocaram a M no lugar dela. Ora, é óbvio: BDV não fazia sentido; BDM faz. Não tenho dúvida de que é em minha homenagem. Ficará mais evidente ainda quando começarem a dizer MDB.