Extra! Extra! Blog desperta após 8 anos de hibernação

Depois de 8 anos, 3 meses e 14 dias sem postar, decidi voltar a escrever no blog. Por que decidi voltar? Porque sim; porque os motivos para escrever aqui nunca deixaram de existir (e talvez sequer tenham perdido força). Então por que parei? Dizer que faltou tempo seria uma mentira deslavada. A resposta sincera é que tive outras prioridades.

É forte a tentação nostálgica de fazer desta postagem uma longa retrospectiva resumindo todo esse tempo. Resisto parcialmente: será retrospectiva, mas não será longa. Talvez seja complementada a suaves prestações nas próximas postagens, que talvez venham com reflexões, narrativas e postálbuns desse tempo de silêncio prolongado. Talvez, talvez – sem promessas.

O mundo mudou bastante desde 14 de agosto de 2017. Nestes tempos de atenção cada vez mais escassa e comunicação dominada por mídias sociais baseadas em fotos e vídeos (inclusive gerados por inteligência artificial) e em textos raramente mais longos que uma manchete (e quando mais longos, muitas vezes gerados por inteligência artificial!), sinto-me deliciosamente antiquado retomando este blog.

O meu mundo também mudou bastante. Encerrei o ciclo 2014–2020 como advogado internacionalista no IISD, que me proporcionou crescimento profissional e muitas viagens. Encerrei também o ciclo 2011–2020 morando e trabalhando (remotamente desde 2014) em Porto Alegre. Em fevereiro de 2020, comecei meu trabalho atual como pesquisador no CCSI, na Universidade Columbia, em Nova York. 

Mal tinha trabalhado duas semanas presencialmente quando veio a pandemia. Por cinco meses, escapei para Wilmington NC para estar com minha irmã Lu e meu cunhado James. Trabalhei, fiz certificação como instrutor de BODYBALANCE, passei pelo meu primeiro furacão e ajudei Lu e James a escolher uma casa e a fazer a mudança. (Mas depois eles mudaram o lugar de tudo na cozinha; nada mais faz sentido.)

E houve nova vida pós-pandemia. Sem nenhuma ordem em particular: 

Com dificuldade, terminei um relacionamento difícil.

Passeei em Boston, Filadélfia, Los Angeles, Maine, Miami, Providence, Seattle, Vermont e Washington DC. Voltei ao Brasil algumas vezes. Viajei para Alemanha, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Islândia, Nova Zelândia, Reino Unido e Tanzânia. 

Aproveitei muito (grifos excessivos no original) a vida cultural nova-iorquina: passeios pelo jardim botânico, visitas ao Metropolitan, óperas na Metropolitan, concertos da New York Philharmonic e no Carnegie Hall, peças de teatro e musicais da Broadway.

Fiz uma trilha de 42 milhas em três dias. Fiz uma travessia de 2,5 Km no Lago George. Andei sei-lá-quantas centenas (milhares?) de Km de Citi Bike pela cidade.

Comprei meu primeiro bem imóvel. Comecei dormindo em colchão no chão e progressivamente mobiliei e decorei o apartamento.

O Jon e eu começamos a namorar.

Virei pai. De orquídeas.

Quarentei – num castelo.

Aos poucos, que sabe, vou desdobrando um pouco ou um tanto de tudo isso – e o que mais os ventos da vida vão trazendo a seguir.

Deixe um comentário