Não pode ser! Já estou mais pra cá do que pra lá, ou mais pra voltar do que pra ficar, ou estou há mais tempo aqui do que o tempo que ainda tenho para ficar. Ou, em suma: das cinco semanas de meu período na Argentina, só faltam duas. E já sinto por antecipação que voy a extrañar la Argentina…
Aparte disso, ainda tem toda a complexa questão do meu trabalho. Nas três primeiras semanas, redigi o projeto que tinha na cabeça, fiz as leituras que tinha de fazer (ou pelo menos as que me propus a fazer!) e desenvolvi três capítulos do texto. E, bem, estou feliz com minhas trinta e poucas páginas. Mas agora, na quarta semana, chega o momento em que, como digo de brincadeira, tenho que jogar tudo o que fiz até agora em uma panela, sacudir e ver se explode – ou seja, fazer a síntese, que é sem dúvida a parte mais difícil.
As fotos de hoje são do Parque Saavedra, por onde passo todos os dias no caminho entre a hospedaria e a fundação. Ali, à tardinha, uma galera se reúne para jogar futebol, outros vão caminhar ou correr, uns casaizinhos ficam a namorar, e alguns grupos de amigos se encontram para tomar mate ou jogar conversa fora. O lugar é uma tranqüilidade só. É a ilustração perfeitamente contrária ao turbilhão de idéias e preocupações em que está minha mente neste início de semana.