(Na verdade esta é mais uma aleatoriedade, em complementação ao post anterior, tanto que merece os cinco asteriscos. Aí vamos.)
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Nas minhas aventuras fotográficas de longa exposição, tirei esta foto:
Lua minguante deslumbrante, certo? Foi o que pensei. Porém, no dia seguinte, observei que a Lua estava mais perto de cheia, e não de nova. No dia seguinte, ainda mais cheia.
Para tudo. Tem coisa errada. Lá nos meus tempos de antigamente (quando
“ensino fundamental” ainda era “primeiro grau”) me ensinaram que a parte iluminada da Lua faz um “C” quando a fase é crescente e um “D” quando é minguante. Era tão fácil de lembrar, aliás: “C” de Crescente, “D” de… “Decrescente”. Então como é que a Lua em D estava (e ainda está) crescente, cada vez mais cheia? Poderia ser mais uma das estranhices de Nova Iorque. Não me surpreenderia.
Durante a semana não tive tempo de investigar. Mas hoje finalmente liguei pra Lu, minha irmã e assessora para assuntos aleatórios, e perguntei se andaram mudando aí alguma dessas leis astronômicas. “Não que eu saiba.” Eu disse, “não pode ser que no hemisfério sul se veja a Lua de um jeito e, no norte, de cabeça pra baixo, né?” E ela disse, “claro, é assim mesmo.” E eu, “sério?” E ela, “não, né, tchê!”
Pois bem. Mesmo sendo domingo, cometi um terrível sacrilégio: depois do clássico almoço com o pessoal da igreja, entrei na biblioteca do Direito. NÃO, não pra estudar! Por favor! Eu tenho todo o resto da semana pra fazer isso (de forma inescapável). Entrei na biblioteca pra (1) blogar (o post anterior) e (2) corrigir essa história de Lua invertida:
Pronto: com uma inversão básica, a Lua crescente ficou em C na minha foto. “Ufa, bem melhor.” Isso me acalmou um pouco inicialmente. Mas continuei incomodado por ver Manhattan toda ao contrário, como se vista de um espelho. Consertei a Astronomia e estraguei a Geografia.
Então, aproveitando que estava mesmo na biblioteca, resolvi (3) googlar o mistério da fase lunar invertida. E descobri que a minha suspeita aquela estava certa: vista do hemisfério norte, a Lua faz um “D” na fase crescente e um “C” na fase minguante.
Meu mundo virou de cabeça pra baixo. (Bom, na verdade minha Lua virou de cabeça pra baixo.) Mais: essa coisa de ficar de cabeça pra baixo fez com que caíssem do meu bolso todos os butiá. Tenho que voltar ao Instituto (hoje: Instituto Estadual) de Educação Assis Brasil e achar minha professora de Geografia de sei-lá-que-série pra ter com ela uma conversa séria: “Me falaram da história do Cruzeiro do Sul e da Estrela Polar, mas como é que ninguém me disse que essa regra do ‘C de crescente’ não era universal?” Absurdo. Me sinto traído e enganado.
Post maravilhoso, Martin! Continua assim!Gostei da tua idéia de inverter a foto, pra consertar “teu mundo”. Carinhas invertidas pra ti (:beijos!
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Yay, Raquel! Que bom que gostaste. (:
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Da lua eu nunca tinha me tocado, mas a água eu sei que gira em sentido diferente no hemisfério sul e no norte (observa o ralo da pia o a descarga do vaso sanitário) Mto bom o post e lindas fotos. bjão
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Ops, Cusca! A história da água girando em sentido diferente é mito! 😉 http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/fato_ou_ficcao__a_agua_dos_vasos_sanitarios_e_os_tornados_giram_em_direcao_oposta_acima_da_linha_do_equador_.html
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Pois é, o episódio dos Simpsons me enganou e a todos que assistiram, mas a força Coriolis existe só não funciona em pias e vasos sanitários como no desenho. hauhauhaua.
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seu comédia!!!kkkk
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