Já fui a tantos lugares tão distantes… Quase caí Grand Canyon abaixo, mas nem cheguei perto do Itaimbezinho. Conheci Montreal, mas Montevidéu, não. Já entrei em catedrais góticas, mas nunca estive nas ruínas das Missões Jesuíticas… Se ver o mundo é preciso, também é preciso aprender a apreciar o que está próximo.
Foi o que escrevi por aqui em 2006. Continuo tendo a mesma percepção e o mesmo gosto por ver o mundo e viajar, para perto ou para longe. Poderia dizer que nos últimos sete anos aumentei um tanto a lista de lugares visitados (como evidencia a categoria viagens) – mas prefiro dizer, sob outra perspectiva, que risquei mais alguns nomes da lista dos lugares a visitar.
Há um ano, fui a Montevidéu, como contei aqui (com fotos aqui). Ao Itaimbezinho fui há três meses. Ainda não contei dessa viagem aqui, mas devo fazer isso em breve! Antes disso, pensava em contar da ida ao Grand Canyon em 2005 (antes de existirem blog do Guri e martinbrauch.com).
Ontem uma colega retornou de férias. Esteve no Grand Canyon, contou suas impressões, falou que se lembrou de mim (porque eu tinha comentado com ela sobre minhas impressões) e me deixou nostálgico. Era o gatilho que faltava para mostrar fotos e escrever sobre o Grand Canyon.
Começo pelas fotos, para dar uma ideia inicial da coisa. Um buraco bem grande. Nada mais. Será?
Como diria minha irmã, “se for pra cair, te atira”
(Créditos desta foto para minha irmã Lucila;
quanto às outras, não sei mais se são minhas ou dela)
Inverno no canyon: gelo pelas beiradas
Uma vista geral do canyon num bom momento do céu
Outra vista geral do canyon, céu ainda colaborando
Os rasgos do leito do Rio Colorado
Não resisti e recuperei meus e-mails de 2005 (viva o Gmail!) para ver o que escrevi a amigos por aqueles dias. A um, escrevi: “GRAND CANYON: em maiúsculas porque é muito GRAND mesmo; é incrível!”. E a outro: “É maravilhoso, fenomenal, indescritível. Parece que Deus o fez só pra ficarmos babando.” Ontem, por coincidência, minha colega que esteve por lá também falou em Deus: “Se eu tivesse dúvidas de que Ele existe, depois de ver o Grand Canyon não teria mais.”
Cheguei a lacrimejar de emoção ao ver o filme sobre o Grand Canyon no IMAX do próprio Grand Canyon. Disse isso à minha namorada à época e ela não entendeu; achou que era bobagem, exagero. Incompreensão total. (Depois dizem que homens são insensíveis. Beh.)
Depois da visita ao Grand Canyon, minha irmã e eu voltamos a San Diego, onde ela e o marido moravam. Lembro que reli o Evangelho de João (o mais poético) praticamente numa sentada. Minha irmã comentou comigo que meu cunhado tinha chegado a dizer a ela, todo preocupado, “acho que teu irmão está entediado”. Não consigo evitar o riso quando me lembro da história.
Nem exagero nem tédio. O esplendor da natureza do Grand Canyon não me fez pensar em erosão (!): me fez pensar em Deus. Nenhum outro lugar me fez sentir tão pequeno e tão dependente dEle. Foi uma experiência ou lição de humildade (a humbling experience) diante do divino.
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