Tudo termina em Pizzolato

Um diretor de marketing do maior banco de um país participa de um esquema de desvios milionários de dinheiro para bancar a compra de votos de parlamentares. O esquema vai a público e se torna um escândalo político de magnitude histórica. Depois do julgamento mais longo já ocorrido no tribunal supremo do país, o diretor é condenado a doze anos de prisão.

Determinado a provar sua inocência e a escapar da pena privativa de liberdade, viaja quase dois mil quilômetros de carro durante vinte horas para fugir por terra a um país vizinho, burlando os controles de fronteira. Lá, obtém novo passaporte e voa para outro continente, refugiando-se num terceiro país. Torna-se fugitivo internacional, procurado pela Interpol.

O país de onde o diretor fugiu e o país para onde fugiu têm um tratado de extradição. Com isso, o país de onde fugiu pode solicitar que o país para onde fugiu entregue o diretor, para garantir que cumpra a pena. Porém, o país para onde fugiu não é obrigado a entregá-lo, porque é cidadão não só do país de onde fugiu, mas também do país para onde fugiu.

Quais serão os próximos desenvolvimentos da história? O diretor será preso durante um passeio por Mônaco? O país de onde o diretor fugiu pedirá a extradição do diretor e, em troca, extraditará um refugiado político que interessa ao país para onde o diretor fugiu? Ou o diretor viverá no exílio durante todo o tempo da pena de prisão a que foi condenado?

Daria uma excelente trama de filme. Porém, como o país de onde fugiu é o Brasil, tende a virar samba-enredo. Ou, como o país para onde fugiu é a Itália, pode acabar virando pizza.

Uma ideia sobre “Tudo termina em Pizzolato

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