Após quatro meses mudos, começo com o tradicional pedido de desculpas. Primeiro, aos leitores que eventualmente vêm aqui para se divertir (ou sofrer) comigo ou com os meus textos (ainda tem alguém aí?). Segundo, a esta entidade quase personificada que é o meu blog. Terceiro, ao meu eu dos últimos meses, pelo mal que me/lhe causei por não escrever.
“O silêncio, no meu blog como na Música, pode ser solene e significativo. Os intervalos silenciosos (normalmente seguidos de pedidos de desculpas aos leitores!) até resultaram, em alguns casos, de falta de tempo para escrever, mas, em regra, corresponderam aos meus momentos de maior ansiedade, num sentido bem autodestrutivo.”
Escrito no meu post de 15 de setembro de 2013 (há quase um ano, portanto), o trecho acima continua sendo muito verdadeiro. “Ansiedade” é um resumo adequado para o resultado de diversos micromotivos de silêncio, bons ou ruins ou ambíguos.
Um número pequeno de projetos grandes. Um número grande de projetos pequenos. Falta de assunto ou de inspiração ou de motivação ou de autoconfiança. Quebras de vínculos. Cansaço. Viagens longas. Visitas feitas ou recebidas. Doença na família. Hospitalização.
Ou, como em meus últimos quatro meses, tudo isso. Mas pronto: vivo; logo, escrevo. Por mais que seja minha inclinação natural, é autocorrosivo persistir em reflexões nostálgicas sobre o que perdi ou deixei de ganhar nesse tempo. O urgente é voltar a escrever.
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