A viagem de ônibus do post anterior – o primeiro da série sobre minha viagem ao Japão – foi para o centro da cidade para prestigiar o Festival de Hamamatsu (Hamamatsu Matsuri), comemorado na Semana Dourada (3 a 5 de maio). Hamamatsu é a sede mundial da Yamaha e, em parte por isso, uma cidade onde a música é parte importante da cultura. No festival, houve apresentações e desfiles das muitas bandas da cidade.
Apresentação musical no centro de Hamamatsu
O prefeito de Hamamatsu e uma atriz mirim famosa participando do desfile
Guloseima festiva: bananachoco, banana coberta com chocolate!
Um dos destaques do Hamamatsu Matsuri é o desfile de mais de 80 carros alegóricos ou “altares móveis” pelas avenidas do centro da cidade. Cada carro de madeira trabalhada e esculpida é uma verdadeira obra de arte que representa uma parte ou bairro da cidade, com bandeiras, cortinas, lanternas, cores e diversos outros símbolos característicos.
À frente de cada carro mulheres e homens, vestindo o happi (jaqueta) que identifica seu bairro, “puxam” com orgulho o carro alegórico pelas ruas, por cordas (é claro que as cordas hoje em dia são só pela tradição; todos os carros são motorizados). Dentro do carro crianças de cada localidade, vestindo trajes festivos bem coloridos, tocam instrumentos musicais tradicionais, numa apresentação musical chamada de ohayashi.
Outra parte marcante do festival é o Neri, o desfile dos estandartes e lanternas coloridas das localidades. Os moradores passeiam em blocos pelas ruas, ao som de cornetas e tambores, cantando “oisho, oisho“, e marchando todos no mesmo ritmo desse cântico. É impossível não sonhar com “oisho” depois de um dia de festival. É também praticamente impossível registrar o Neri em foto, porque os blocos passam muito rápido!
As atividades do festival vão até tarde da noite e as avenidas e ruas ficam tomadas pela multidão que acompanha os carros alegóricos e os blocos dos estandartes.
No fim da noite do primeiro dia de festival observei um sinal luminoso com tradução em língua portuguesa perto estação central de ônibus de Hamamatsu. Nossa língua não é muito comum no Japão de forma geral, mas bastante comum em Hamamatsu, para onde muitos brasileiros (de origem japonesa – os Nikkei – ou não) emigraram nos anos 1980 e 1990 em busca de emprego na indústria local. Já nos anos 2000, muitos brasileiros desempregados no Japão receberam ajuda de custo do governo japonês para retornar ao Brasil. Hamamatsu é ainda hoje a cidade japonesa com o maior número de brasileiros. Em 2015, tinha 15,899 brasileiros, 60% da população estrangeira da cidade.
Na próxima, conto sobre as aventuras do segundo dia de festival – meu aniversário! 🙂