Como tudo começou (?)

Ah, como eu queria ter uma memória mais viva… Muitas imagens e fatos de que me recordo não têm a mínima importância para mim: são espaço mal utilizado aqui dentro.

Uma das poucas imagens surpreendentemente claras que me restam da infância é a de que, um dia, com uns quatro ou seis anos de idade, atendi o telefone. Eu corri ao escritório do meu pai e atendi o telefone. Quem era, com quem queria falar, qual era a mensagem – não sei, mas tenho certeza de que é absolutamente desimportante.

Por outro lado, não consigo escavar em minha memória informações que me seriam muito mais úteis, até para eu me entender um pouco melhor. Não sei por que nem quando nem como comecei a gostar de escrever. Muito do que que eu vivi e do que eu sou se deve a essa característica irrenunciável minha – sem exageros.

Minhas agendas mais velhas devem ser de quando eu tinha dez anos de idade. (Os registros escritos não me permitem esquecer disso!) Eram diários, na verdade, em que eu relatava tudo, mesmo o mais banal dos meus dias: “Acordei. Brinquei de Lego. Fui à aula no Conservatório de Música. Muito tri! Fui dormir: Zzz…”.

Escrevendo e relembrando… na terceira série (muito mofo subindo neste instante), a minha professora primária incentivou os alunos a manter um diário, para aprimorar a escrita. Eu era um dos poucos senão o único dentre os guris que já o fazia.

E podia admitir sem vergonha nenhuma, porque não era um diário de guria. Nada tinha de confidencial. Tinha função meramente histórica ou registral. Talvez se possam entender esses diários como um início de uma pretensão literária. Escrevia pelo prazer de escrever, porque o único leitor daqueles escritos, em tese, seria eu próprio.

Talvez seja ingenuidade minha pensar de forma tão indiferente ao mercado. Se é mesmo assim, tendo a ser o escritor menos vendido da história. Acho que vou escrever sobre isso no blog em outra oportunidade..

Como tudo começou seria título afirmativo demais para este post. Bem que eu gostaria de saber se foi assim mesmo que tudo começou. A respeito de quase tudo existe diversidade de correntes e opiniões. Então, de acordo com a corrente de mim mesmo, foi assim que eu comecei a gostar de escrever. Se surgir outra explicação tão plausível quanto essa, ou ainda melhor, que venha! Cansei de exigir de minha memória fraca…

2 ideias sobre “Como tudo começou (?)

  1. MDBrauch

    Taí, meu amigo Dudu e outros caros leitores. O blog está vencendo a inércia inicial. São mesmo produtivas as minhas divagações na escrita. Eu sempre chego a alguma conclusão!

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  2. SamiAguiar

    Alô, Martin! Furungando de lado e outro, achei seu blog! Estou com muitas saudades, tanto suas quanto da Larissa! Sinto falta das nossas conversas intermináveis, dos ensaios do coral da Escola, das boladas nos jogos de basquete (sim, eu sempre errava e acertava voê, lembra?), dos risólis de queijo na cantina e coisas congêneres!Mande sinal de fumaça. Um grande abraço!

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