Algumas semanas atrás vi no site do Ministério das Relações Exteriores que fiquei em primeiro lugar na pré-seleção do Governo Brasileiro para o programa de bolsas da Organização dos Estados Americanos (OEA). Não espalhei muito a notícia, seguindo os passos do meu sábio mestre (tá, ele é doutor, mas meu mestre!) Leo Monasterio: não espalhar antes que saia no Diário Oficial. Acontece que a OEA teria a palavra final, ou seja, ainda poderia mudar a ordem da pré-seleção brasileira. Claro que, estando em primeiro lugar na pré-seleção, fiquei bastante otimista quanto às minhas chances.
Ontem vi, não no Diário Oficial, mas no site da OEA, a lista final: o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto e o sexto colocados da pré-seleção brasileira foram pulados, e a OEA resolveu dar bolsa para o sétimo, o oitavo e o nono. A decisão é final e não sujeita a recurso. Estou oficialmente fora.
O lado ruim é óbvio, mas também tem um lado bom: a bolsa me obrigaria a voltar ao Brasil por dois anos. Nada contra a ideia de voltar ao Brasil, mas nem tão nada contra a ideia de ser obrigado a restringir assim o início da minha carreira em Direito Internacional, pelo qual esperei tanto tempo (sete anos?!). Fazendo um balanço: mesmo entristecido por no final não ter sequer a chance de ver el color de la plata, conto a pré-seleção em primeiro lugar como uma vitória.
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Provavelmente um pouco fora da casinha por causa da notícia, ou simplesmente “porque sim” e nada a ver com a notícia, perdi meu par de óculos de natação preferido no Coles Sports Center ontem à noite. Hoje fui lá de novo e, antes de nadar, perguntei se o tinham encontrado (mesmo sem esperanças). Comecei pela portaria, depois fui para a “sala dos equipamentos” (onde tem um balcão de achados e perdidos), e finalmente, à beira da piscina, já pronto para nadar com o par de óculos de reserva, perguntei para a guria que estava no balcão administrativo do natatorium. E estava lá! Agradeci efusivamente à guria (sei lá se foi ela que achou, mas igual!), e todos se regozijaram. (Nada a ver, mas fica bonito terminar o relato assim.)
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Termino o post com um vídeo. Peço desculpas pela falta de tradução e/ou explicação detalhada na língua padrão do blog. Em síntese: o vídeo mostra um lorde inglês (ex-conselheiro de Margaret Thatcher na área de ciências – e além disso um notório cético quanto à mudança climática) dando uma palestra aqui nos EUA, dizendo que o novo tratado sobre mudança climática (a ser concluído em Copenhagen, em dezembro) vai criar um “governo mundial” e sugar a riqueza dos Estados Unidos, e que através dele Obama vai abrir mão da soberania dos Estados Unidos, e que o tratado vai ter precedência sobre a Constituição dos Estados Unidos, e que por isso os Estados Unidos, uma vez assinando o tratado, não vão poder abandoná-lo sem que os outros países (aqueles malvados) concordem.
Nunca vi tanta bobagem em um vídeo que se propõe a ser sério. Aliás, quando me deparei (nem me lembro como) com esse vídeo, por causa da figura britânica, da postura, do assunto… enfim, de toda a situação, achei que fosse “stand-up comedy” – esse tipo de monólogo cômico que é tão comum aqui nos EUA. Mas aí percebi que a plateia não estava rindo, e que a coisa era pra ser séria, mesmo! Ridiculamente inacreditável. Pior ainda foi googlar e ver as reações (principalmente de americanos): não é que tem gente por aqui que está preocupadíssima, achando que tudo o que o lorde inglês disse realmente vai acontecer?!
Tudo a ver com o tema de hoje – altos e baixos. O vídeo é uma ilustração de quão baixos podem ser os golpes dos anti-ambientalistas por aí (esse lorde inglês não pode acreditar sinceramente nos absurdos que disse!). Por sua vez, as reações ao vídeo são uma ilustração da ignorância (falta de conhecimento, se preferirem) de muita gente aqui nos EUA quanto a direito e política tanto no plano nacional quanto no internacional. (O vídeo já foi visto quase 500.000 vezes… e os comentários a ele na página do youtube são quase todos amplamente irrelevantes.)
Ah, deixa ele… não se contraria os mais velhos! Só porque ele é um doido reacionário, tu ficas aí queimando fosfato? Vai nadar, ganhas mais! :)Bom dia pra ti!
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Ah, não vem com essa, Sami! Me reservo o direito de contrariar velhos doidos reacionários! 😉
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PARABÉNS pelo primeiro lugar! Nada a ver com raposas e uvas, mas a verdade é que tu nem querias mesmo, né? Foi melhor assim. Fica o gostinho da vitória pela primeira colocação..Passaporte? OK!Alguém para ficar com o cachorro durante a viagem? Ainda não…SIM! Pois é. Temos um membro canino na família agora. É a queridinha Luna, uma lhasa apso preta. Fotos em breve.Abração
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