O jegue do meu vizinho

Troinex, onde moro, faz parte da “Grande Genebra”. É uma localidade bem residencial, mas beirando o rural. Prova contundente disso é que um de meus vizinhos tem um jegue.


Ploc, o jegue do meu vizinho


O jegue do meu vizinho em seu habitat; ao fundo, o Salève;
a casa à direita na foto é onde moro

Um tempo atrás, por curiosidade e para tentar suprir minha total deficiência de conhecimento em zoologia, pesquisei sobre as diferenças conceituais entre jegue, jumento, asno, mula e burro.

Começa fácil: jegue, jumento e asno são nomes diferentes para o mesmo equino. O híbrido nascido de égua e jumento é mula se for fêmea ou burro se for macho. E ainda tem o bardoto (fêmea ou macho), que é o hibrido nascido de jumenta e cavalo. Esse bardoto é o mais pobre bicho de todos, porque o seu desenvolvimento é afetado pelo espaço limitado do útero da jumenta.

Mas saindo desse papo genérico (e bastante aleatório) quero voltar ao particular do jegue do meu vizinho, o qual é tres sympa. (Quero dizer que o jegue é legal; o vizinho… não sei; não o conheço. Mas ele deve ser legal também. Tal jegue, tal dono.)

Um dia desses dormi além das 6:54, hora do meu despertador, e o jegue do meu vizinho me serviu de função soneca. Às 7:10 ele comecou com seus ih-ohs característicos, deliberadamente para me acordar e garantir que eu me levantasse a tempo de pegar o ônibus, às 7:52. Jegue suíço, pontualidade britânica.

Por essas e por outras gentilezas que o jegue do meu vizinho me faz, resolvi dar-lhe um nome sympa como ele: Ploc. Nesse clima pre-Adventício, o nome Ploc é uma homenagem a uma memória de infância. Não, nada a ver com o chiclete Ploc. É que nos meus tempos de culto infantil na Igreja São João tinha uma música de Natal assim:

Um jumentinho
Ploc ploc ploc ploc
Vai pela noite fria

Vai de mansinho
Ploc ploc ploc ploc
E entra numa estrebaria…

2 ideias sobre “O jegue do meu vizinho

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