Num desses meus acessos de nostalgia nova-iorquina, comecei uma maratona para assistir aos filmes de Woody Allen, especialmente os ambientados em Nova Iorque, desde os mais antigos.
Comecei com Annie Hall (1977) e depois vi Interiors (1978) e então Manhattan (1979) e em seguida Stardust Memories (1980) e também A Midsummer Night’s Sex Comedy (1982) além de Broadway Danny Rose (1984) e ainda The Purple Rose of Cairo (1985). Recomendo todos: alguns mais (Broadway Danny Rose, além dos óbvios); outros, menos (Stardust Memories).
Ainda há muitos na lista do IMDB e a lista segue aumentando. O mais recente, Blue Jasmine (2013), nem estreou ainda no Brasil e outro ainda sem título já está sendo filmado. Woody Allen é muito produtivo e começou com vantagem (antes de eu nascer!), mas um dia eu o alcanço.
Toda quarta-feira de manhã, a rádio WQXR convida os ouvintes a votar na música que gostariam de ouvir ao meio-dia. As três opções de hoje faziam parte da trilha sonora de algum filme de Woody Allen: o Quarteto de Cordas número 15 de Schubert (do filme Crimes and Misdemeanors, 1989), Rhapsody in Blue de George Gershwin (do filme Manhattan, 1979) e o Concerto para Cravo BWV1056, de Bach (do filme Hannah and Her Sisters, 1986).
Curiosamente, eu já tinha me programado para ver Hannah and Her Sisters hoje à noite: mais um nova-iorquino, é o próximo filme da lista. Por isso, e também um pouquinho por gostar um pouquinho de Bach, votei (e olha que não costumo votar nesse tipo de coisa) na última opção.
E é claro que minha escolha não foi a da esmagadora maioria, que pediu Rhapsody in Blue:
Resultado previsível. O público da WQXR, majoritariamente nova-iorquino, escolheu a música de Gershwin só porque ele também é nova-iorquino. Assim como Woody Allen é nova-iorquino. Gente bairrista esses nova-iorquinos.
E com toda a razão.