Estou legalmente proibido de dirigir automóveis de passeio em todo o território nacional da República Federativa do Brasil, porque fiz a maior barbeiragem dos últimos dez anos, desde que tenho carteira de habilitação: deixei-a vencer.
Felizmente, vencida a carteira de habilitação, ainda se pode circular por trinta dias portando a vencida, enquanto se providencia a renovação. Felizmente, mas não para mim, porque ironicamente só no trigésimo dia após o vencimento percebi que a carteira tinha vencido.
Até que não poder dirigir por um tempo foi conveniente, de certa forma. Levei (digo: deixei meu pai levar, porque não posso dirigir) o carro para o conserto de outra grande barbeiragem que fiz: estacionei o carro na rua, onde um barbeiro pior que eu bateu no meu carro. Estacionado.
Sem carteira de habilitação nem carro. Foi assim que ontem, uma linda segunda-feira de inverno, dessas em que parece chover de baixo para cima, fui de ônibus ao trabalho, e de lá a pé para o centro de formação de condutores, encaminhar a renovação da carteira, e de lá a pé ao trabalho.
Classe média sofre.
Sem nojinho, a verdade é que sou superpró-ônibus, desde que não esteja superlotado. É bem mais sustentável e bem menos estressante que enfrentar o trânsito sozinho. Leio, ouço música, até escrevo. Foi o que consegui fazer hoje. Vamos ver quanto tempo dura o encanto.
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