No Brasil
temos médicos
de diferentes tipos:
bem e mal-equipados,
nacionais e importados,
capitalistas e socialistas,
preguiçosos e dedicados,
privilegiados e escravizados,
incompetentes e gabaritados,
com diploma revalidado ou não,
doutores por título e por convenção.
O mais interessante dessa lista de tipos
não é que cada linha fica maior que a anterior,
mas que os mesmos tipos existem noutras profissões,
ainda que dessas outras não se ouçam tantos protestos.
Observa com atenção que esta não é uma crítica aos médicos:
protestar é preciso, se as coisas não vão bem ou deveriam melhorar.
Apenas se deve lembrar que os tipos acima vão bem além da Medicina
e são parte integrante desse rico mosaico de diversidade que é nosso país.
A diversidade pode ser bonita (e é, nos tons de pele, nas ideias, na cultura popular),
mas também pode ser feia (como na coexistência de profissionais bons, medíocres e ruins).
Continuem protestando, médicos. Se me permitem sugerir, coloquem seu protesto no contexto:
o de um país em que meritocracia não é regra e em que prioridades e incentivos estão distorcidos.