Noite em Viena. O sábado que começou muito cedo e correu intensamente nos passeios pela cidade foi coroado com um concerto: peças de Mozart e Strauss executadas pela Salonorchester Alt Wien no Kursalon, sala de espetáculos onde a própria “dinastia Strauss” realizou apresentações no século XIX. Sozinho, estava um pouco entristecido porque minha irmã e meu cunhado resolveram voltar ao hotel, e um pouco desconfortável no meu traje simples de estudante-viajante perto de tanta gente vestida para concerto, “usando roupa de domingo”. Ainda assim, estava disposto a aproveitar ao máximo o ambiente e a música.
À minha esquerda sentou-se um casal, com uns 60 anos de idade. Lembrei-me dos meus pais – e era justamente a véspera do aniversário da minha mãe! Logo que chegaram, apenas trocamos sorrisos cordiais. Uns minutos depois, ela, que estava sentada bem ao meu lado, puxou assunto: “Do you speak English?“. A partir daí, enquanto esperávamos pelo início do concerto, travamos uma agradável prosa. O casal, vindo da Finlândia, estava de férias em Viena por quase uma semana. Ela, professora; ele, pastor! Logo fiz as devidas associações (Finlândia-Luteranismo) e tirei a dúvida: sim, como eu, eram luteranos! Acabamos conversando também no intervalo e depois do concerto, e no fim trocamos contatos.
Entardecer em Bonn. A segunda-feira que começou cedo e correu intensamente no estágio foi coroada com um acesso de produtividade no meu paper… tanto que, mesmo cansado, não conseguia parar de escrever e ir embora para casa! Até que parei para conversar com a estagiária-prima que conhecera algumas horas antes e com quem a partir de então passei a dividir o escritório. Depois de algumas amenidades, ela me contou sobre as dificuldades pelas quais vinha passando em conseguir um lugar onde se hospedar em Bonn, assim como das que enfrentara para ganhar o visto alemão.
Se até então eu já vinha me identificando com a história, o momento em que deixei mesmo o queixo cair foi quando ela me disse: “Quando fui entrevistada, não imaginava que seria selecionada para este estágio, nem que conseguiria o visto alemão, depois de tantas exigências e contratempos. Eu não teria conseguido se não tivesse colocado tudo nas mãos de Deus e confiado nEle. Me dá até arrepios!”
A mim também…
Oi, Martin!”Tô lendo!” heheheheu sei q deveria começar a ler os mais antigos.. mas não me controlo… heheheabração!!angélica willrich
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