Então, meu, fui lá e participei da dinâmica de grupo – uma das últimas etapas da seleção de bolsa de estudos. O clima até que foi legal: candidatos de alto nível, ninguém querendo sabotar ninguém (ou pelo menos não era evidente!).
Sem entrar em mais detalhes de como foi, preciso dizer: não sei, não. (Já digo antes de saber o resultado, pra não dizerem que não sei perder.) Prefiro avaliações do tipo o-que-sabes, que testem conhecimentos, às do tipo quem-és, que testam atributos subjetivos.
Primeiro, não sou obrigado a saber tudo; por isso, sou capaz de aceitar ser reprovado numa avaliação o-que-sabes. Mas, numa quem-és, se eu “não passar”, significa o quê? Que eu, subjetivamente, não presto? Ou que, pelo menos, não presto para os fins pretendidos pela avaliação? Prefiro que me digam que não sei nada. Isso eu pelo menos posso resolver facilmente para uma próxima vez… estudando mais!
Segundo, é possível que alguém consiga responder quem-és em uma hora e meia – ou que o avaliador consiga capturar tão rápido o quem-sou do candidato? Eu tenho duas dúzias de anos e ainda não pude responder quem-sou de forma plenamente satisfatória (aliás, se alguém puder, agradeço!). Por outro lado, já consegui responder a testes escritos bastante satisfatórios – sobre o-que-sei a respeito de determinado assunto – no mesmo intervalo de tempo.
Terceiro, avaliações quem-és dependem demais da competência do avaliador. Não gosto de duvidar da competência profissional de ninguém, mas preciso admitir que nesses casos fico com um pé atrás. O avaliador sabe diferenciar o cara que durante a dinâmica se faz de líder ou talentoso ou esperto ou empreendedor daquele que realmente é? Sim, acredito que um bom avaliador consiga fazer essa diferenciação. Mesmo assim, é certo que numa avaliação o-que-sabes – que tem respostas que se aproximam mais do “certo” ou do “errado” – são menores os riscos de injustiças por parte dos avaliadores.
Adoro argumentar, mas ai, argumentar também cansa. Ademais, tenho outras coisas a postar nesta maratona.