Domingo fiz a primeira fase do Exame de Ordem. Hoje fiquei sabendo que passei com folga – o que não quer dizer nada; ainda preciso estudar bastante para a segunda fase. Quem sabe assim, uma vez ad(e)vogado, eu consiga ganhar dinheiro para me tornar o empreendedor que o mundo quer ver em mim? Tá, larga do meu pé, síndrome do post anterior!
Mesmo já tendo uma ideia de que teria passado, e mesmo sabendo que tenho ainda muito que estudar, ontem me permiti um intermezzo. Nas últimas semanas eu li mais de 5.000 artigos de lei em preparação para o Exame. Precisava de uma trégua, porque ninguém é de ferro – muito menos eu. Já cometi erros demais em termos de (falta de) literatura na minha vida. Quando entrei na Faculdade de Direito, prometi a mim mesmo que passaria o curso inteiro lendo livros de literatura por debaixo da classe, assim como escrevendo mais no tempo livre. Doce ilusão – meu cedefismo nunca me permitiu isso.
No intermezzo li “O menino do pijama listrado” (John Boyne), que fazia tempos que queria ler e que finalmente comprei na Livraria Cultura em Sampa. E hoje – mesmo já tendo terminado o intermezzo – resolvi não perder o pique e começar a ler “O Caçador de Pipas” (Khaled Hosseini), outro que fazia tempo que queria ler. (Aliás, queria ler ambos antes de ver os respectivos filmes… ver o filme antes de ler o livro simplesmente não dá.)
Interessante o paralelismo que notei até agora entre os protagonistas de um e de outro livro. Tanto o Bruno de Boyne quanto o Amir de Hosseini preferem literatura às outras matérias da escola. E as histórias tanto de um quanto de outro têm bastante a ver com seus relacionamentos com seus respectivos pais e melhores amigos. Os pais de ambos os protagonistas são figuras fortes, bastante temidas pelos filhos e radicalmente diferentes deles. E os melhores amigos dos protagonistas são unidos a eles por fortes laços de amizade, mas que não são muito explícitos ou confessados verbalmente.
Pronto, não escrevo mais, pra não estragar a leitura de quem ainda não leu, e até porque recém comecei “O caçador de pipas”. Quanto a “O menino do pijama listrado”, recomendo. Linda história (e sem detalhes de spoiler, porque mesmo a menor explicação pode entregar o jogo), além de perfeitamente possível de se ler de uma vez só – mais ou menos como foi escrito: de uma vez só, em apenas dois dias.