As duas primeiras semanas em Genebra passaram rápido! Se por um lado parece que foi ontem que cheguei aqui, por outro, já me sinto um autêntico genevois. Até parece! Mas pelo menos não fico me perdendo por aí, não me sinto um alienígena no escritório, nem tenho a impressão de estar cercado de desconhecidos (mesmo quando de fato estou) – em suma, não tenho sofrido nenhuma dor de adaptação. Pode ser que esteja ocupado de mais com trabalho pra pensar na vida ou que esteja aprendendo a me adaptar mais facilmente. Também pode ser mais um sinal de que Deus é comigo sempre. Mas acho mesmo que é uma feliz combinação desses três fatores e talvez mais alguns.
Uma pergunta legítima do leitor deste blog poderia ser: “mas afinal de contas, o que esse Guri faz em Genebra?” Esse Guri ensaia uma resposta, então, e segue falando de si próprio em terceira pessoa, o que ele acha uma tolice qualificada, mas, obstinado do jeito que é, agora que começou não vai conseguir parar. Então lá vai.
O Guri participou, quando ainda mestrando em Direito Internacional, de um processo de seleção de cinco International Law Fellows da turma James Madison (2010) do Mestrado em Direito da New York University. Contemplado com uma das bolsas, veio fazer um estágio no escritório europeu do Programa de Investimento e Desenvolvimento Sustentável do International Institute for Sustainable Development (Instituto Internacional do Desenvolvimento Sustentavel), uma organização com sede em Winnipeg, Canadá.
E basta de terceira pessoa.
Nessas primeiras semanas, tenho lido e feito relatórios de laudos arbitrais de disputas internacionais entre investidores, de um lado, e Estados soberanos, de outro – em particular, Estados Membros da União Europeia. O trabalho é bem juridico e tem tudo a ver com Direito Internacional, o que me deixa bastante satisfeito e motivado. Ainda melhor, um dos relatórios que escrevi foi em formato menos jurídico e mais jornalístico (e portanto menos aburrido!). Também ajudei um colega de trabalho fazendo uma tradução para uma pesquisa em Economia. Direito, Economia, Jornalismo e Tradução – taí um mix que muito me agrada.
Mas, por fim, nem só para o trabalho vive o Guri (que por deslize volta para a terceira pessoa mas já a abandona de novo). No sábado caminhei pela Vielle Ville (o centro antigo de Genebra) e fui ao Museu Internacional da Reforma. No domingo fui ao culto na International Christian Fellowship, a continuar meu church shopping por aqui. E na terça-feira à noite ainda fiz algo digno de findi: jantei na Crêperie des Pâquis com a Sravya, uma ex-colega da NYU que veio a Genebra para um evento de direitos humanos.