Reflexões cariocas 2012

Muito de importante aconteceu na minha vida recentemente por causa do Alpha.

Em 2009, começava a frequentar a City Grace Church em NYC. Quando comentei com o pastor que eu tinha feito o Alpha em 2003, ele me convidou para ajudar na primeira edição do Alpha naquela comunidade. Foi aí que, num exemplo arrepiante de como o mundo é pequeno, ganhei “pais nova-iorquinos”, a pastora Nancy e seu esposo Ali. Em 2011, logo depois que voltei ao Brasil, vi-os novamente, em mais um exemplo arrepiante de como o mundo é pequeno: eles vieram ministrar em Pelotas um treinamento Alpha, em que servi de intérprete. Em novembro de 2012, como comentei, uma conferência Alpha me levou ao Rio de Janeiro. E agora, início de novembro de 2013, outro evento Alpha me levou de novo ao Rio.

Mas vou com calma, porque hoje quero contar da viagem Alpha ao Rio em 2012. Foi bem fraca fotográfica e turisticamente, mas me enriqueceu muito em outros aspectos.

Relacionalmente, o enriquecedor do tempo no Rio foi rever e passar tempo de qualidade com pessoas queridas que eu não via fazia algum tempo, além de conhecer outras que viriam a ser importantes para mim. (Não vou citar ninguém, para não cometer injustiças.)

Espiritualmente, o enriquecedor foi algo que aconteceu comigo na igreja anglicana Christ Church, em Botafogo, no domingo, 25 de novembro de 2012. Para ter mais fidelidade aos detalhes, vou recorrer ao texto de um e-mail que escrevi a um amigo na época:

Espiritualmente: algo incrível aconteceu. No domingo, durante um tempo de oração após a mensagem do Nicky Gumbel, ele falou que o Espírito Santo lhe dizia que um jovem ali presente estava se sentindo frustrado, cansado e ansioso, e que esse jovem tinha um chamado a servir ao Senhor. E convidou esse jovem a subir ao altar, para orar por ele.

Eu quase caí de joelhos. Eu sabia que aquela pessoa era eu. Se fosse resumir a forma como me sentia ao longo de 2012, eu só poderia usar as mesmas palavras que ele tinha usado. E eu nunca tinha me sentido mais chamado a servir ao Senhor.

Parte de mim se opôs fortemente a ir para o altar. “Ele pode estar me chamando, mas como é que eu conseguiria fazer isso dar certo?” Sou um Martin que (diferentemente do Luther) não tem coragem de desistir do Direito e um Dietrich que (diferentemente do Bonhoeffer) não tem coragem de estudar Teologia!

Mas parte de mim me impulsionava a ir ao altar. “Como posso resistir se Ele está me chamando? Talvez eu não possa fazer isso dar certo por mim mesmo, mas Ele certamente pode. Tenho de ir.” Então fui, e oraram por mim e me abençoaram.

Não tenho dúvidas da presença do Espírito Santo naquele momento. Senti um calor dentro do peito, como de uma chama, algo de que até então só tinha ouvido falar. Depois fiquei forte e ao mesmo tempo fraco, como escrevi no dia seguinte:

Eu me sinto renovado, fortalecido. Ao mesmo tempo, estou sensibilizado e reflexivo todo o dia de hoje. Preciso fazer algo a respeito do que aconteceu, mas não sei exatamente o que — acho que por enquanto só me resta orar a respeito e pedir a meus amigos cristãos que façam o mesmo por mim. Gostaria de não ter de voltar logo para Porto Alegre e para o trabalho… precisaria de mais tempo para refletir e orar sobre o que aconteceu.

Refletir e orar foi o que me esforcei em fazer, mas o que eu temia se realizou, como escrevi a um amigo já no início de 2013 (um tempo de bastante silêncio aqui neste site):

A experiência espiritual que tive no Rio de Janeiro foi memorável, mas não teve grandes desenvolvimentos posteriores. De volta para casa, para a realidade, o trabalho continua tomando a maior parte do meu tempo, e não tenho energia, e não consigo encontrar uma igreja onde tenha vontade de me envolver, e fico desanimado para orar e meditar e ler a Palavra, e peco, e acabo concluindo que sou um péssimo cristão.

(Continua…)

Uma ideia sobre “Reflexões cariocas 2012

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