Considerando que em todo o ano de 2013 foram 100.000 quilômetros e, em todo 2014, 95.000, a marca de 40.000 quilômetros percorridos no último mês (e mais uns dias) não está nada mal para a duodécima parte do ano de 2015.
(Linda essa palavra, “duodécima”. Depois de um mês sem publicar um post, parece até que estou tentando afugentar o leitor já no primeiro parágrafo. Para aí: não vai embora ainda.)
Uma pequena parte desses 40.000 se deveu a uma bela viagem de carro com meus pais a este simpático paisito ao sul do Rio Grande do Sul: o Uruguai. (Lembrando que “a pequena parte” de 5% ainda significam 2.000 quilômetros!) O tempo estava per-fei-to. Virão fotos e relatos.
A maior parte dos 40.000 aconteceu por uma viagem a trabalho. Não foi inesperada, mas acabou sendo definida de última hora. Sem exagero, foi assim: passagem comprada na sexta-feira, malas feitas no sábado, partida no domingo. O destino principal foi Arusha, na Tanzânia.
(Houve outros destinos, também – muitos outros –, mas vou deixar para contar com calma.)
Pela primeira vez na vida, coloquei um pé na África – bom, os dois, na verdade! A trabalho, participei de um treinamento realizado junto à Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês), organização regional que abrange Burundi, Quênia, Ruanda, Tanzânia e Uganda. Além da sede da EAC, em Arusha também fica o Tribunal Penal Internacional para Ruanda.
Aliás, na frente do Tribunal Penal Internacional para Ruanda aconteceu meu mico africano. Não, não vi nenhum macaco. Como bom advogado internacionalista, quis uma foto da sede do tribunal. Tirada a foto, segui caminhando. Atrás de mim veio um simpático cidadão local e me cutucou. Parei; achei que eu pudesse ter perdido alguma coisa pelo caminho. Ele não falava inglês: só sorria e apontava para outras duas pessoas que vinham atrás da gente. Um deles, armado até os dentes. Esses, sim, falavam inglês.
– Aqui não é permitido fotografar.
– Ops, eu não sabia!
– Mostre a foto.
Mostrei.
– Apague.
Apaguei e me desculpei – e segui caminhando. Portanto, fotografei, mas não tenho foto.
Fiquei quatro dias em Arusha e trabalhei em todos eles – ou seja, o safari infelizmente teve de ficar pra próxima! Mesmo assim, minha impressão de Arusha foi muito positiva. O povo é simpático e pacífico. As ruas são bastante limpas. Não dá nem pra dizer que a cidade é arborizada; tem tanto verde que é mais preciso dizer que a floresta é urbanizada! Vi alguma pobreza, sim, mas comparável a uma periferia no Brasil – e bem menor que a que vi na Índia, por exemplo.
Do hotel onde fiquei, tive uma vista privilegiada para o Monte Meru, ao norte de Arusha.
No caminho de volta ao aeroporto Kilimanjaro, vi o próprio Kilimanjaro, a montanha mais alta da África (5.895 metros)! O motorista que me levou ao aeroporto – um jovem cristão que falava inglês bastante bem e conversou bastante – parou para que eu pudesse fotografar.
A seguir, outras paradas ao longo dos 40.000 quilômetros…
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