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Magyar Állami Operaház: a Ópera do Estado Húngaro

proximidade da ópera foi um dos critérios para a escolha da nossa morada temporária durante a Expedição 2015. Mas a ideia era não só morar perto: também queríamos assistir a uma ópera em Budapeste! Conseguimos bons ingressos para assistir de camarote a Faust, ópera de Charles Gounod baseada na obra de Goethe.

Magyar Állami Operaház, a Ópera do Estado Húngaro. Foto tirada no lindo último dia da Expedição 2015.

A produção fez parte do Festival Faust225, organizado para comemorar os 225 anos da primeira publicação de “Fausto, um Fragmento” de Goethe, em 1790. O festival durou duas semanas durante o mês de maio — felizmente, bem no mês da nossa expedição! Fomos à récita de 19 de maio. Além da ópera de Gounod, quatro outras peças relacionadas à obra de Goethe foram apresentadas como parte do festival.

O poster do festival, visto do terraço do foyer, na noite do espetáculo

A produção da ópera era moderna, o que não esperávamos e que corresponde naturalmente a um maior risco de controvérsia. A Lu não gostou muito desse aspecto, mas acho que houve quem tenha gostado menos ainda, porque ouvimos até uma vaia rápida (mas forte!) logo que as cortinas baixaram após o último ato. Eu acho que teria gostado mais de uma produção clássica, mas a releitura e os aspectos cênicos moderninhos não me incomodaram tanto.

A visibilidade do nosso camarote era perfeita. A acústica também. E o teatro é só elegância.

Vista do nosso camarote

Hoje a maior ópera da Hungria, foi construída a partir de 1875 em estilo Neo-Renascentista, com elementos barrocos, na elegante avenida Andrássy út. Sua inauguração aconteceu em 1884, com a presença do Imperador Austro-Húngaro Franz Josef — que, juntamente com a cidade de Budapeste, financiou a construção — e sua esposa queridinha dos húngaros, a Imperatriz Sissi. Nos anos 1980, a ópera foi restaurada e reaberta no seu centenário, em 1984. Abriga 1261 pessoas e, segundo especialistas, tem uma das melhores acústicas entre os teatros de ópera da Europa, depois do Scala de Milão e do Palais Garnier de Paris.

Visão geral da parte posterior do auditório

Destaque para as estátuas que ficam sobre o camarote real (hoje presidencial), que representam os quatro naipes: soprano, contralto, tenor e baixo

São muitos os detalhes deslumbrantes, mas se destaca no teto o afresco de Károly Lotz que retrata deuses gregos no monte Olimpo. O fabuloso lustre pesa mais de 2 toneladas.

O afresco e o lustre

Detalhes da luxuosa decoração dos camarotes

Num dos intervalos entre os atos, passamos pela grande escadaria até o foyer.

Detalhe lateral da grande escadaria

O foyer

Na frente do teatro há estátuas de Erkel Ferenc, compositor do hino nacional húngaro, diretor da Ópera e fundador da Orquestra Filarmônica de Budapeste. Há também uma estátua de outro Ferenc (ou Franz): Liszt, o mais famoso compositor húngaro.

Estátua de Franz Liszt (Liszt Ferenc) em frente à Ópera

Outro dia voltamos à ópera para uma visita guiada, que também vale muito a pena para conhecer outras partes do teatro que não se podem visitar durante os espetáculos — por exemplo, o salão da entrada lateral construída para a corte e a nobreza. Por um pequeno adicional ao preço da visita guiada, a casa oferece um miniconcerto no foyer.

Visita guiada ao deslumbrante Teatro Colón

Da minha mais recente ida a Buenos Aires, já tinha postado sobre os passeios-repeteco que fiz com a Joe, sobre a experiência da autêntica milonga, sobre a nostalgia das Brujas da Línea A do Subte e sobre o “gostinho de quero mais” do Palácio Barolo, que ficou para a próxima visita.

Apesar da abundância na postância (refletindo o gosto óbvio que tenho pela cidade), ainda faltava um post sobre o “gostinho de quero mais” da ida anterior a Buenos Aires, ou seja, o passeio que tinha ficado faltando, mas que na mais recente visita eu enfim fiz: a visita guiada ao Teatro Colón.

O prédio atual ficou pronto em 1908, depois de 20 anos de construção, e hoje está entre os teatros de melhor acústica. Ficou fechado entre 2005 e 2010 para reformas – por isso é que, nas minhas primeiras idas a Buenos Aires, não pude fazer a visita.

A entrada das visitas guiadas já começa nostálgica, pelo Pasaje de Carruajes. Esperando por ali o início da visita, turisticamente vestindo jeans e camisa polo, já me senti aquém da dignidade do teatro ao ler numa vitrine o Código de Vestimenta “sugerido” para as apresentações:

El estilo, la elegancia, la clase y la distinción han sido, desde siempre, pilares en donde se construyó la excelencia del Teatro Colón. … A partir de este año, en todas las funciones … de la temporada lírica, se sugiere vestir smoking o traje oscuro para caballeros y vestimenta de noche para damas en plateas y palcos.

Mas essa foi apenas a primeira de muitas impressões “uau!” que eu teria naquela visita. As demais eu compartilho a seguir por meio do meu modesto olhar fotográfico. Nem precisaria dizer, claro, que recomendo fortemente essa visita guiada!

O imponente hall de entrada ou Foyer, logo acima das escadarias de mármore de Carrara

O Foyer é ainda mais impressionante quando se olha para o alto

Vitral da cúpula do Foyer

Detalhe do vitral da cúpula do Foyer

Detalhe central do vitral da cúpula do Foyer

No andar superior do Foyer (Salón de los Bustos), mais um delicado vitral

Posição de destaque para o busto de Mozart

A riqueza de detalhes é impressionante…

Visão geral do Salón de los Bustos

O grande espelho do Salón Dorado

Visão geral do Salón Dorado

O vitral e a namoradeira do Salón Dorado

Próximo momento “uau!”… descerrando as cortinas do salão principal

Entrando sem fôlego na sala principal… São 32 m de diâmetro, 75 m de profundidade, 28 m de altura. O palco tem 35 m de profundidade e 34 de largura.

Detalhe do teto da sala principal, inclusive a cúpula

Do teto às galerias à plateia

Sol do entardecer sobre a fachada principal, pela Plaza Lavalle, Calle Libertad (não pela Avenida 9 de Julio)