Arquivo da categoria: São Lourenço do Sul

Duas lourencianices e uma justificativa antecipada

Cortei o cabelo pela primeira vez desde que me mudei. E não é pra rir, hein? Vai ter três (!) redemoinhos pra ver como é difícil que acertem teu corte de cabelo! 😛 Mas, depois de 50 minutos de cortes e recortes e picotes, aprovei; estou satisfeito.

Mais tarde, fui ao encontro de novos membros da Igreja Luterana. Vai ser um pouco difícil me integrar efetivamente na comunidade nos próximos quatro meses (assunto para um post gigantesco, com reflexões profundas sobre a vida, o qual não terei tempo para escrever agora), mas de qualquer forma fui ao encontro, até pra acompanhar meus pais. Aliás, é legal prestigiar o simpático esforço de dar as boas-vindas aos recém-chegados.

E amanhã vou sumir do blog – pelo que desde já peço desculpas! Quem quiser me ver, vá até a Festa do Mar, em Rio Grande. Estarei lá na companhia de ilustres amigos jurídicos: os doutores (todos OABitas) Nalatos, Rezita, Joe e seu Príncipe. Começo a jornada (SLS-Rio Grande, com escala em Pelotas) às 7:30 e volto só à noite. Por isso, o mais certo é que não haverá postagem.

Quem sabe a seguir não virá um postálbum, mostrando a Festa do Mar e meu novíssimo corte de cabelo? (Haha… como se fosse tão diferente assim!) Não prometo nada.

Revelando o negativo da fotografia digital

Pra liberar espaço no meu laptop, inventei de fazer uma daquelas organizações profundas nas minhas fotos digitais – reclassificar, editar (reenquadrar, tirar olhos vermelhos, melhorar contraste e cor – esses ajustes básicos!) e depois gravar em CD. Sabe aquilo que se deveria fazer cada vez que se baixam novas imagens da câmera? Pois é: resolvi fazer isso, só que nas fotos dos últimos três ou quatro anos!

Depois da trabalheira, fiquei satisfeito. Agora minhas fotos estão organizadas cronológica e temática e neuroticamente (não podia ser de outro modo) e tenho mais espaço no HD. Por outro lado, fiquei com um pouco de raiva da fotografia digital – ou de mim mesmo por ter abusado dela. Passarei a primar por mais qualidade e menos quantidade de fotos. Ou seja, ficarei ainda mais neurótico. (E isso é mudar pra melhor?!)

Nesse embalo, aproveitei pra selecionar no site da produtora as minhas fotos de formatura (que foi há quase dois meses), e fazer o pedido, e procurar álbuns… Em suma, foram dias muito fotográficos; cansei a visão. Quero ocupações mais auditivas. (Ou gustativas – mmm…)

Aniver100tenário

O que eu tinha pra contar ontem (o dia do boicote) é o seguinte: anteontem, 31/03, fui à festa de aniversário da Codi, minha tia-avó que fez 101 anos. Entende por que eu não queria dizer isso em 1º de abril?

A lucidez dela é o que mais me impressiona. Ela se lembra de toda a parentada, e mais os vizinhos e os amigos e a árvore genealógica de todos, inclusive de gente que não a visita há anos. (Não é o meu caso, ok; não sou nem tão assíduo nem tão relapso.) Sabe nomes de sobrinhos-netos ou sobrinhos-bisnetos (!) que ela nem conhece; sabe o que fazem da vida, onde moram, quais deles casaram e com quem. E a cada manhã ela se lembra de alguma data – “hoje é aniversário do fulano” – sem olhar na agenda, que ela nem deve ter.

Pra variar, quando a abracei e lhe dei os parabéns, ela veio com aquele papo de “este é o meu último aniversário…”. É assim. Cada vez que a gente a visita, ela diz que é a última. Não é que ela não dê valor à vida – talvez só ache que já viveu o bastante. Mesmo estando ansioso pela Vida Eterna, aos 23 anos acho difícil ter a mesma perspectiva. Mas, se tivesse 78 anos a mais, acho que pensaria bem assim.

De qualquer forma, é Ele quem decide. Bom mesmo é estar sempre preparado.

Boicote ao dia dos bobos (ou da mentira)

Sempre odiei o primeiro de abril, por várias razões.

Primeiro, porque mentir é do demo (o pai da mentira) – é feio e pronto.

Segundo, porque sou ingênuo – vítima fácil para as sacanagens típicas do dia.

Terceiro, porque não minto (mentir é do demo, lembram?) e, mais do que isso, prezo muito a minha credibilidade – fico de cara quando as pessoas não acreditam no que eu digo. Então postar pra quê? Pra depois ninguém acreditar no que eu contar? Nada disso. Hoje é dia de boicote no blog do Guri. Voltaremos amanhã (não é mentira; podem voltar pra conferir).

A vida em São Lourenço do Céu Sol Sul

Muitos dos amigos – em especial aqueles com quem não tinha tido muito contato ultimamente – não estão entendendo muito bem essa história de eu morar em São Lourenço do Sul. Na verdade, é simples: há algum tempo meus pais perceberam que a casa que tinham em Pelotas era muito grande, mesmo pra nós três, quanto mais para eles dois sozinhos quando eu saísse de casa. Depois da minha formatura, terminou a desculpa deles de que a casa não podia ser vendida antes da minha formatura… e então a casa foi vendida (e viva a simplificação).

Viemos para a casa de praia em São Lourenço do Sul. No meu caso, é temporário. Minha ideia era ir a Porto Alegre para fazer mestrado e/ou trabalhar; agora, com a aceitação pela NYU, o plano é New York City, baby. No caso dos meus pais, também é temporário – pelo menos nesta casa, porque querem construir outra aqui na praia.

E essa história toda me leva a pensar: o que mesmo existe, na vida nesta Terra, que não seja temporário? Algumas coisas são infelizmente mais temporárias (tipo um quadradinho de chocolate que se desmancha na boca) e outras são felizmente mais temporárias (tipo a dor de um beliscão). Há também coisas infelizmente menos temporárias (tipo a saudade de alguém que está longe e que não se vê faz tempo) e coisas felizmente menos temporárias (tipo uma grande amizade). Mas, no fim das contas, é tudo temporário.

E a vida em São Lourenço do Céu Sol Sul, é qual dos tipos de coisa temporária? Difícil saber ao certo, porque faz pouco tempo que me mudei pra cá, mas desconfio que pra mim seja do tipo “feliz” se durar pouco (pouco = curto prazo = até um ano) e “infeliz” se durar muito.

Noutras palavras, estou bem por estar aqui. (Feliz eu sou; bem eu estou com a situação.) Algumas coisas me incomodam (“saudade” e “a relativa precariedade do setor terciário” resumem bastante), mas o balanço é positivo. Ajudei meus pais na mudança, o que foi bom pra mim e pra eles. Estou conseguindo – talvez com um pouco mais de dificuldade do que se estivesse em Pelotas, mas igual conseguindo – fazer tudo o que preciso pra encaminhar pedidos de bolsa e viabilizar economicamente a NYU. Moro a 100 metros da praia e ontem mesmo fui nadar na lagoa – sim, 30 de abril. Neste outono que mais parece um verão que não quer acabar, dá perfeitamente pra nadar na lagoa. Hoje só não nadei porque parece que vai chover… 😛

Já me sinto lourencianíssimo, talvez porque quase sempre veraneei aqui e porque meus pais são daqui e porque encontramos conhecidos em cada esquina. Hoje troteei no centro resolver detalhes pra concluir minha inscrição para a bolsa da Fundação Estudar (concluída!) e fiquei pensando que estou e me viro bem por aqui. Vamos ver até quando, porque é temporário.

O dia em que o Google e eu tivemos uma briga

É tão bom quando a gente sente que as coisas vão sendo encaminhadas! Venci uma das minhas diversas listas de tarefas encadeadas: (1) aprontar meu site anunciando serviços de tradução, (2) atualizar o blog do Guri e (3) comunicar aos amigos, por e-mail, o meu novo endereço, a atualização/reativação do meu blog e a minha aceitação pela NYU.

Isso demorou bem mais do que eu esperava, respectivamente porque: (1) eu não sou um gênio na produção de sites, (2) eu tinha muitas novidades pra sintetizar depois de tanto tempo sem postagem e (3) selecionar os e-mails dos amigos no meio de uma lista de 1.500 contatos no gmail não foi nada fácil.

Sim, a minha lista de contatos do gmail é gigantesca. Pior ainda, compõe-se basicamente de e-mails antigos que… não existem mais. Já estou resolvendo isso, mas o brabo foi que descobri o problema da pior maneira possível: depois de enviar o e-mail para umas 500 pessoas, quase 100 mensagens retornaram, e apareceu uma tela do Google em inglês (tradução minha para o português):

Esta conta foi bloqueada por causa de atividade não-usual. Pode demorar até 24 horas até que você ganhe acesso novamente. Atividade não-usual da conta inclui, entre outros: (…) Enviar um grande número de mensagens que não podem ser entregues (mensagens que retornam).

Trata-se de um “mecanismo de defesa” do Google para coibir o envio de spam através de uma conta do gmail. Em outras palavras: o Google me rotulou de spammer, así nomás. Fiquei meio de cara, porque no fundo “não foi culpa minha” – pô, eu mudei de endereço e tinha que avisar meus contatos! (Só não sabia que uma penca deles já nem existia…) Fiquei com vontade de escrever um e-mail desaforado pra equipe do Google dizendo: “mas eu me comportei tão bem este ano” (e na verdade desde que tenho o gmail, há uns quatro anos – nem sei… faz um bom tempo!).

Mas aí a revolta passou e a minha conta voltou a ser acessível e eu deixei pra lá. “Se o Google me perdoou”, pensei, “minha atitude mais correta deve ser também perdoar o Google”. Foi um lindo intercâmbio de perdões entre mim e o Google, e agora nosso relacionamento voltou à mais tranquila normalidade.

* * * * *

Tá, só que isso tudo foi ontem. Hoje foi dia de preparar a documentação para enviar à Fundação Estudar, a cuja bolsa de estudos estou concorrendo. Também foi dia de confirmar o fato de que Internet a rádio não resolve meus problemas e não vale a pena pela necessidade de alto investimento em equipamentos (vai que finalmente chega a ADSL daqui a alguns dias?). Por fim, foi dia de mandar (e pagar) a “intenção de matrícula” na NYU. 🙂 Cada vez mais perto…

Outros tantos motivos para voltar a postar

Tive tantos motivos para ter parado de postar, como já expliquei, só que tenho outros tantos motivos para voltar a postar. São muitos “os fatos que estão acontecenDO!” (como dizem na Rádio São Lourenço) e a distância geográfica e internética ainda complica (isso é um dos fatos que estão acontecendo; explicação a seguir), então fica difícil manter atualizados todos os amigos, um a um. Pensei no blog do Guri como uma forma simpática de resolver esse problema. Lamento a impressão de impessoalidade que isso pode dar… e confio na melhor interpretação possível por parte dos meus amigos. 🙂

Poucos dias depois da minha formatura (07 de fevereiro de 2009, ver vídeo aqui), surgiram compradores para a casa dos meus pais em Pelotas, a qual estava à venda desde novembro de 2008. Essa notícia foi seguida de um surto de encaixotamento que eu jamais vivera, e de repente me vi morando com meus pais na “velha casa nova” da Praia das Nereidas em São Lourenço do Sul, desde o verde dia 17 de março. (Explicada a distância geográfica!)

Como tudo na vida, essa mudança teve e tem e terá aspectos positivos e negativos, mas pra mim o mais insuportável e estressante e menos contornável até agora é que ainda não temos banda larga – e, por favor, não me venham falar na BrasilTelecom, porque só de pensar neles eu começo a espumar de raiva. Esperamos que essa situação seja resolvida em breve. Enquanto tivermos apenas Internet discada, fica difícil manter atualizado o twitter, que é muito dinâmico; já o blog do Guri é mais fácil atualizar nessas precárias condições. (Explicada a distância internética!)

Continuando a história do último post, explico o que eu (não) consegui até agora com os tiros aleatórios em várias direções.

  • Passei no Mestrado da Úrguis, mas apesar do 9,4 fiquei como suplente, e por isso não fui chamado.
  • Por um ponto (acredite na verdade quem quiser) não me tornei agente secreto, mas estou bastante bem colocado no concurso do IPEA, para pesquisador na área de Sustentabilidade Ambiental. Mesmo assim, não tenho muitas esperanças de ser chamado, já que os doutores e mestres passarão à minha frente na próxima fase.
  • A WRI de Washington não me deu nem estágio nem emprego de pesquisador, mas já me deu um trabalho como tradutor freelancer – espero que venham mais!

Aí, o dia 3 de março, que era um dia triste na família (o porquê da tristeza é impublicável), virou um dia de gangorra emocional. Recebi por e-mail a carta de aceitação para o Mestrado em Direito Internacional (LL.M. in International Legal Studies) da New York University (NYU), o melhor programa dos EUA na área, minha primeira opção entre as universidades para que me candidatei. Problema 1: não veio bolsa de estudos da universidade. Problema 2: o curso é impagável, sem falar no custo de vida em NYC. Problema 3: eu me arrependeria eternamente se deixasse essa chance passar. E AGORA?!

Assim é que começou a maratona (e vai durar até agosto, quando começa o curso) em busca de soluções: bolsas de estudos oferecidas por fundações brasileiras, doações, financiamentos de longo prazo… Criei também um site para divulgar meus serviços de tradutor freelance (tradução de/para espanhol, inglês e português): http://www.martinbrauch.com. A divulgação é livre e bem-vinda – coloca o link no teu site ou blog e assim me ajudas a ter mais visibilidade nas pesquisas do Google. 😉

(De quebra, o blog do Guri ganhou um subdomínio – http://blog.martinbrauch.com. Mas o link só redireciona pra cá, porque não pretendo abandonar meu querido blogger/blogspot!)

Tantos motivos para ter parado de postar

Não tem jeito, mesmo: sempre que volto a postar no blog do Guri depois de um tempo de hibernação, escrevo um postão com justificativas. Eu adoraria poder evitar isso (seja simplesmente não hibernando, seja não me justificando depois da hibernação!), mas (1) tem vezes que não dá pra postar e pronto, e (2) não tenho a cara-de-pau de voltar a postar así nomás, sem nenhuma explicação pros meus leitores.

Aliás, que leitores? Coitados – os mais persistentes fugiram de raiva nos últimos meses. Vamos ver se consigo me redimir, pelo menos por enquanto. Sabem como é – não foi a primeira hibernação do bdG, e muito provavelmente não será a última. Melhor assumir isso do que jogar tudo pro alto e desistir de ter um blog. Bem, eu poderia muito bem jogar tudo pro alto e desistir de ter um blog. Mas isso é outra coisa que eu não consigo fazer, e só porque eu gosto muito do meu bloguinho – embora isso não seja aparente todo o tempo, como nesses longos períodos de apostância (bah, isso existe? entenda-se!).

Tá, mas o que aconteceu que eu parei de postar? No primeiro semestre de 2008 eu estive muito triste, e acho que hoje entendo bastante bem o porquê. Resumindo, foi uma combinação de três ingredientes: um caminhão de saudade de um dos melhores períodos da minha vida (meu tão sonhado estágio nas Nações Unidas) mais uma pitada de frustração com meus cursos (Direito e pós em Direito Ambiental) mais um punhado de falta de perspectivas para o futuro (deprê pós-formatura da Economia mais deprê pré-formatura do Direito). Minhas atividades não me ocupavam nem me consolavam, só me faziam entrar em pânico por não ter absolutamente nada marcado na agenda de 2009 (como muito bem ilustrou Carol Grassi).

Então, num impulso de determinação (do tipo, “basta!”), criei uma pasta “2009” no computador e criei um label “2009” no meu gmail. (Podem acreditar: isso funciona; não é puramente simbólico.) Comecei a encher a pasta “2009” com as mais diversas subpastas: concurso para a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), concurso para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), projeto de dissertação para a seleção do Mestrado em Direito da UFRGS (também conhecida como “Úrguis”), processo de seleção para um emprego na World Resources Institute (WRI) em Washington, estudos para a prova de proficiência TOEFL, candidaturas para mestrados em Direito nos EUA

Em suma, dei tiros pra todos os lados. Se acertasse um pássaro, ficaria triste, porque sou pró-ambiente, mas assumi o risco: atirar era preciso. O segundo semestre de 2008 inaugurou um tempo de reorganizar a vida e os planos para 2009 e além, e não um tempo de postar. Vida e planos reorganizados, perdas e ganhos contabilizados, volto a postar.