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Erzsébetváros e o Gueto de Budapeste

No airbnb encontramos diversas opções legais de apartamentos em Budapeste. Avaliamos apartamentos localizados entre o Parque da Cidade e o Danúbio. Nosso critério mais específico de boa localização era a proximidade da Ópera do Estado Húngaro (de onde poderíamos caminhar para muitos pontos de interesse) e, ao mesmo tempo, de alguma estação de metrô ou bonde (para conveniência e distâncias maiores). Internet, máquina de lavar roupa, mesa para trabalhar e cama extra para receber hóspedes também eram critérios importantes.

Decidimos pelo Apartamento Axanda, na Akácfa utca (lê-se “Ó-cats-fa útsa”; utca significa “rua”), a 1 Km da Ópera e a duas quadra da estação de metrô Blaha Lujza — e cumprindo todos os  requisitos essenciais. A fachada do prédio de mais de 100 anos esconde um simpático pátio interno. O apartamento que alugamos tinha sol todas as manhãs.

Lu e James no corredor-sacada do nosso prédio

A Akácfa utca fica no Erzsébetváros — ou “cidade de Isabel” (Erzébet = Elizabeth = Isabel) —, o VII Distrito de Budapeste. O bairro recebeu seu nome em homenagem à Sissi, Rainha consorte da Hungria no final do século XIX. Historicamente foi o bairro judeu de Budapeste.

Nosso prédio e muitos outros vizinhos testemunharam uma parte triste da história. Em março de 1944, Budapeste foi ocupada pelos nazistas. Em novembro do mesmo ano, o Governo Húngaro — aliado à Alemanha nazista durante a Segunda Guerra, vale lembrar — determinou que vários quarteirões do Erzsébetváros (incluindo duas sinagogas) fossem isolados com muros de pedras e cercas. Assim se formou ali o Gueto de Budapeste, onde os judeus foram aprisionados em condições desumanas, sem comida, sem recolhimento de lixo.

Ainda que o gueto tenha existido ali por apenas três meses — até a liberação de Budapeste pelo Exército Vermelho Soviético em janeiro de 1945 —, milhares de pessoas morreram ali, de fome ou por diversas doenças. (Sem contar outros milhares que foram deportados a campos de concentração.) Apartamentos como o que alugamos, em que umas 6 pessoas podem viver com conforto, foram superlotados com 20 ou 30. O gueto chegou a ter 200.000 habitantes.

Mapa do Gueto de Budapeste. A Akácfa utca é a rua bem da direta.

Triste, mas não podia deixar de contar essa parte importante da história do Erzsébetváros. Prometo compensar nos próximos posts contando histórias mais leves e mostrando fotos de lugares lindos próximos ao nosso apartamento na Akácfa ucta.

Expedição 2015: o primeiro de n posts

Minha irmã Lu trabalha em home office faz uma década (sim, tudo isso; ela é um pouco velha) e eu comecei em maio do ano passado. Pouco depois – em meados de 2014 – ela veio com uma ideia muito interessante (não sejamos preconceituosos: gente mais velha pode ter ideias interessantes): por que não viajávamos juntos?

A flexibilidade de trabalhar onde estivéssemos nos permitia viajar para algum lugar e ficar lá mais tempo que as tradicionais férias de 7 a 14 dias. Poderíamos folgar em alguns dias, claro, mas também trabalhar em outros, de “casa” ou de diferentes cafés – e nesses dias fazer um pouco de turismo, caminhar pela cidade, ir a um espetáculo qualquer, jantar num restaurante legal. Assim teríamos uma experiência diferente: curtiríamos a cidade não como turistas, mas como residentes.

Tá bem: como 50% turistas e 50% residentes, digamos.

Para nossa Expedição 2015, começamos a olhar alguns destinos no airbnb (muito mais em conta que hotel, especialmente para uma proposta como a nossa).

Paris era uma opção atraente. Seria fácil encontrar um apartamento com conexão boa à Internet (um dos requisitos essenciais, para que pudéssemos trabalhar!). Do resto a cidade cuidaria: arquitetura, cafés e restaurantes, vida cultural… Os preços não chegavam a ser proibitivos – já que racharíamos a conta – mas desencorajavam. Outro fator negativo foi que ambos já conhecíamos Paris. Longe de nós a esnobarmos, mas para a primeira expedição seria clichê.

Então pensamos em Santiago, que não conhecemos e sempre quisemos conhecer. Assim nós valorizaríamos nosso continente natal. O fator “aventura” seria maior, pensamos, por ser um país em desenvolvimento. O preço seria mais em conta. Ambos falamos espanhol. Eu não estaria tão longe de casa – e para a Lu, que não mora no Brasil, seria uma boa ideia estar perto daqui e aproveitar para visitar família e amigos. Tudo bastante familiar. Excessivamente familiar.

Tínhamos de ir a uma cidade menos familiar – ou menos facilmente familiarizável. Seria melhor que não fosse um destino turístico muito óbvio. Poderíamos ousar um pouco, sem radicalizar (Badgá e Cabul continuariam fora da lista de opções!). A expedição poderia muito bem ser pra longe de casa e da zona de conforto. Se não conhecêssemos o idioma, tanto melhor.

Que tal Budapeste? É na Europa, mas não na Ocidental – é ponto turístico, mas menos óbvio. Nunca tínhamos estado lá. Nenhum de nós falava húngaro. E o airbnb oferecia belas opções de acomodação. Logo percebemos que Budapeste reunia a proporção adequada de qualidades e defeitos para uma dosagem certa de aventura e tranquilidade para trabalhar e passear.

Assim foi que a Expedição 2015 ocorreu no mês de maio, em Budapeste. A Lu ficou o mês todo lá; eu cheguei com uma semana de atraso, após a reunião de turma da NYU em Nova York.

O lado Peste de Budapeste, onde moramos

Enquanto estava em Budapeste, fiquei com remorso de “perder tempo” escrevendo a respeito. Preferi aproveitar para absorver tudo quanto pudesse da Expedição 2015.

Agora, de volta ao Rio Grande do Sul por um tempo, começo a encarar as 1500 fotos e os temas para diversos posts aqui no blog, sobre…

Este é o primeiro de posts porque eu não sei de quantos vou precisar para cobrir a lista não exaustiva acima! Resolvi me sacudir e enfim começar – mesmo sem meu tradicional planejamento neurótico de cada post – antes que as memórias comecem a falhar.

Aí vem uma série grande e nostálgica sobre Budapeste!

(E depois volto a contar de viagens mais antigas… a defasagem aqui segue grande!)

Anoitecer em Paris

Recapitulando a última viagem contada por aqui (porque ainda tenho muito para pôr em dia)… Em março passei uma semana em Genebra (menos um sábado em Berna) e uma semana em Arusha. No retorno ao Brasil, fiz algumas escalas. Na primeira, de 7h, passei uma manhã em Amsterdã. A segunda, também de umas 7h, foi em Paris, onde passei o anoitecer.

Cheguei ao aeroporto Charles de Gaulle (CDG) por volta das 16h e, meia hora depois, já estava no RER B3 (azul) para o centro da cidade (estação St-Michel – Notre-Dame). Para minha sorte, tomei um trem expresso, que passou sem parar por diversas estações!

Decidi aproveitar para fazer passeios pela Rua, já que não teria tempo para visitar museus. Atravessei la Seine e fui rever o exterior da Catedral Notre Dame.

La Seine – Atravessando o Rio Sena

Cathédrale Notre-Dame de Paris – Catedral de Nossa Senhora

A Catedral e o Sena

Vista lateral da Catedral

Segui a pé, passando pela Prefeitura e pela Torre de São Tiago, em direção à estação Châtelet – Les Halles, para de lá tomar o RER A (vermelho) até a estação Charles de Gaulle Étoile. Cheguei lá justo a tempo de ver o Arco do Triunfo ao anoitecer.

Hôtel de Ville de Paris – Prefeitura de Paris

Tour Saint Jacques – Torre de São Tiago

Arc de Triomphe – Arco do Triunfo

(Re)visto o Arco do Triunfo, a noite estava quase caindo, então resolvi tomar rumo para o destino final antes da (infelizmente inevitável) volta ao aeroporto Charles de Gaulle (CDG). E o destino final não poderia ser outro: a Torre Eiffel, o grande símbolo da Cidade Luz.

De RER A (vermelho) voltei até Châtelet Les Halles e, de lá, fiz transferência ao RER C (amarelo) até a estação Champ de Mars – Tour Eiffel. Caminhei até o pé da torre, esticando o pescoço para não perdê-la de vista em nenhum momento. ❤

Atravessei o Sena, para aproveitar a linda vista e tirar fotos noturnas do alto dos Jardins du Trocadéro. Dali, contemplei a torre toda iluminada ao saborear o mais autêntico (ou turístico) crêpe au Nutella (de rua) do mundo. E me lambuzei deliciosamente.

Tour Eiffel et Pont d’Iéna

Tour Eiffel – Torre Eiffel

Tour Eiffel – Torre Eiffel, vista do alto dos Jardins du Trocadéro

Da torre, voltei de RER C (amarelo) até St-Michel – Notre-Dame e de lá conectei ao RER B (azul) de volta ao Charles de Gaulle (CDG), a tempo de tomar o próximo voo. Assim foi que espremi todo o suco de uma deliciosa escala de 7h em Paris.

E segui o retorno em direção a Porto Alegre, com mais uma pequena “escala” antes de chegar em casa – desta vez, não de 7 horas, mas de 7 dias! Sobre essa escala conto no próximo post…

Uma manhã em Amsterdã

Após uma semana em Genebra (menos um sábado em Berna) e outra em Arusha, no dia 14 de março comecei a volta pra casa – com direito a algumas escalas. A primeira delas foi em Amsterdã, na Holanda. Cheguei ao aeroporto Schiphol às 7:30 da manhã. Meu próximo voo seria só às 14:30. Sete horas de espera… jogando Angry Birds no aeroporto? Nem pensar.

Deixei a mala de mão num armário (€7), comprei um mapa da cidade (€2,50) e um bilhete diário para o transporte urbano (€15) e tomei um trem – em 18 minutos estava na estação Amsterdam Centraal. Ainda era cedo e muitos museus não estavam abertos, então aproveitei para caminhar pela cidade e tirar algumas fotos. Foi minha segunda visita a Amsterdã; a primeira tinha sido em novembro de 2000, cinco anos antes de ter uma câmera digital!

Amsterdam Centraal

Bicicletas na rua Nieuwezijds Voorburgwal. Ao fundo, à esquerda, o antigo prédio dos correios, hoje o shopping center Magna Plaza. Ao fundo, à direita, a parte dos fundos do Palácio Real

A partir dos fundos do Palácio Real, fui caminhando pela Raadhuisstraat e atravessando os canais em direção ao Prinsengracht (Canal do Príncipe), o mais longo dos canais principais.

Atravessando o Canal Singel

Atravessando o Canal Herengracht

Atravessando o canal Kaizergracht

À beira do Prinsengracht fica a Anne Frank Huis, ou Casa de Anne Frank, que queria muito ter visitado em 2000 e não tive oportunidade. Ao chegar no aeroporto de manhã cedo, tentei comprar um ingresso antecipado, que me permitiria pular a fila de uma hora de espera. Como não havia mais ingressos, resolvi não visitar – de novo – o museu. Pouco depois, inexplicavelmente, estava eu lá, esperando na fila. “Só pra ver se demora mesmo uma hora.” Pois demorou.

E valeu a pena! A visita é emocionante. Deu vontade de reler O Diário de Anne Frank, em que a menina narra o dia a dia na casa e no anexo secreto onde se escondeu, com vários outros, da polícia nazista na Holanda ocupada durante a Segunda Guerra Mundial. O museu não permite fotografia, mas o site oferece um passeio em 3D.

A fila para entrar na Casa de Anne Frank literalmente dobrava a esquina!

Esperando na fila, fotografei a torre da Westerkerk (Igreja do Oeste), onde Rembrandt está sepultado

Uma hora de espera depois, a fila atrás de mim ainda era grande

O quarteirão onde fica a Casa de Anne Frank; à direita, a torre da Westerkerk

Os dois prédios no centro da foto são a casa original de Anne Frank; à direita, um edifício incorporado ao museu

Na saída do museu, topei com uma banca de flores e plantas em minha homenagem: Martin’s Bloemen en Planten

Após a visita à Casa de Anne Frank, fui ao Bijbelsmuseum. O Museu da Bíblia fica em dois elegantes edifícios históricos de estilo holandês clássico, construídos em 1662 – são as Cromhouthuizen, ou casas de Cromhout, em alusão ao sobrenome do seu primeiro proprietário, Jacob Cromhout. Na coleção do museu, destacam-se minuciosos modelos do Tabernáculo e do Templo de Salomão, artefatos egípcios (até mesmo uma múmia) e, é claro, Bíblias, incluindo a mais antiga impressa na Holanda (1477) e um exemplar da primeira edição da versão autorizada em holandês (1637).

Fachada do Bijbelsmuseum

As Cromhouthuizen, vistas do outro lado do canal Herengracht

De volta à rua Nieuwezijds Voorburgwal (nos fundos do Palácio Real), visitei por último o Amsterdam Museum. Para mim, o destaque no museu foi a exposição Amsterdam DNA, que resume a história da cidade (e, de carona, também a do país) ao longo de sete épocas, por meio de imagens, sons, objetos e movimentos.

Em frente ao Amsterdam Museum, a interessante fachada da Posthumus, loja que produz e vende selos customizados (além de papéis, tintas, envelopes…) desde 1865

Letreiro do Amsterdam Museum

Portão de entrada do Amsterdam Museum

Foram sete horas muito bem aproveitadas em caminhadas pela cidade e em visitas a três museus importantes. Terminada a manhã em Amsterdã, voltei ao aeroporto para não perder meu voo às 14:30. À tarde fiz mais passeios… mas sobre esses eu conto no próximo post!

Sábado em Berna

Quando escrevi sobre a semana em Genebra, escondi o jogo sobre a atividade de sábado, porque ela mereceu um post todo seu, com muitas fotos! Na companhia do amigo Atul, finalmente fui conhecer Berna. Depois de morar em Genebra por quatro meses e passar algumas vezes pela Suíça, nunca tinha visitado a capital do país! Não vou dizer que um dia seja suficiente, mas já dá pra ver bastante. Berna é uma cidade pequena, perfeita para caminhar.

O passeio começou pela viagem de trem de Genebra até lá, sábado de manhã não-tão-cedinho (porque ninguém e de ferro). Apesar da neblina, as montanhas e o lago nos brindaram com algumas vistas lindas, como esta – perto de Lausanne, pouco antes do trem se afastar do lago:

Ao chegarmos à estação de trem de Berna, a Valériane – colega minha e do Atul dos tempos de NYU – já nos esperava para nos abraçar na plataforma. Isso é que é hospitalidade! Fomos caminhando (e colocando as conversas de quase cinco anos em dia) rumo ao Rio Aare. Dali se vê o lado sul da Bundeshaus, o Palácio Federal da Suíça, onde funciona o parlamento:

O restaurante para o qual a Valériane nos convidou, à margem do rio, é o Schwellenmätteli (tenta pronunciar que é divertido!). Lá nossa anfitriã não conseguia parar de rir (de alegria, ela disse, mas provavelmente também um pouco de vergonha alheia) das minhas extravagâncias suíças. Rivella é um refrigerante à base de soro de leite; está para os suíços mais ou menos o que o guaraná está para os brasileiros nostálgicos no exterior. Depois do almoço… café? Claro que não: Ovomaltine, também tipicamente suíço. Tudo isso, pontualmente, conforme meu relógio Swiss made.

A Valériane não pôde continuar conosco à tarde, então seguimos Atul e eu para o turismo intensivo! Seguimos caminhando à beira do Aare até o Parque dos Ursos, símbolo da cidade.

Um urso pousou para foto, mas não parecia muito feliz :/

Visto o Parque dos Ursos, fomos ao Altes Tramdepot, o antigo terminal de bondes. Ali há um centro de informações turísticas, onde assistimos a um vídeo sobre Berna – história e atrações. Há também um restaurante (muito bom, segundo a dica da minha irmã).

Além disso, é um lugar estratégico para começar a visita à Cidade Antiga de Berna – inscrita na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em 1983. Dali, é só atravessar a ponte (Nydeggbrücke) sobre o Rio Aare para chegar à rua principal (Gerechtigkeitsgasse) da Cidade Antiga.

Na Gerechtigkeitsgasse (assim como em muitas outras ruas da Cidade Antiga), as calçadas ficam ao abrigo dos prédios que, lado a lado, formam um longo corredor de galerias. No centro da rua há diversas fontes, muitas com esculturas e outras formas decorativas.

Sobre a Nydeggbrücke

As galerias de Berna

Uma das fontes na Gerechtigkeitsgasse

Uma parada ao longo da Gerechtigkeitsgasse fizemos na Einstein-Haus, a casa onde o genial matemático, físico e músico (opa? sim! e tantas outras coisas mais…) Albert Einstein morou de 1902 a 1909. Nesse período, ele publicou 32 trabalhos científicos. Em 1905, conhecido como o annus mirabilis (ano maravilhoso) no campo da Física, aos 26 aninhos (!) ele publicou quatro artigos, dois dos quais estão entre seus mais importantes trabalhos: a Teoria Especial da Relatividade e a descoberta do efeito fotoelétrico, que rendeu a ele o Prêmio Nobel em Física em 1921. Como o próprio Einstein reconheceu, “aqueles foram bons tempos, os anos em Berna”.

De longe já se vê que a Gerechtigkeitsgasse leva à torre Zytglogge, outro símbolo de Berna. Foi construída no início do século XIII e no século XV ganhou um relógio astronômico.

Zytglogge

Zytglogge – detalhe do relógio astronômico

Desviando para uma rua lateral, fomos ver Berner Münster, a catedral de Berna, construída de 1421 a 1893 em estilo gótico tardio.

Berner Münster

Detalhe da porta principal da catedral

É possível subir por escadas a torre de 100,6 metros de altura…

E eu, obviamente, não resisti ao desafio!

Vale a pena, um pouco pelo exercício físico e bastante pelas vistas que se tem da cidade – a oeste:

A leste:

E, ao sul, os Alpes Bernenses:

Detalhe de uma sacada, vista da catedral

Do alto se vê bem o corredor de galerias nas calçadas

Destaque para a rua principal, a torre Zytglogge e, mais ao fundo, a Torre da Prisão

Berner Münster, vista da praça da catedral, à beira do rio Aare

Pouco antes de começar a escurecer, passeamos por volta da Bundeshaus. Do parque que fica no lado sul, com um terraço debruçado sobre o rio, uma bela vista para os Alpes Bernenses:

Fachada sul do Bundeshaus

Em busca de um restaurante para jantar, mais algumas descobertas arquitetônicas interessantes…

Uma caminhada tranquila pelas ruas igualmente tranquilas… (porque às 18h tudo na Suíça fecha e as pessoas começam a se recolher em suas casas!)

Deu tempo até de uma rápida viagem ao passado:

Para não perder o gosto pelas fotos noturnas, a fachada norte da Bundeshaus:

Curia Confoederationis Helveticae – a fachada norte da Bundeshaus

Antes de voltar a Genebra, nada mais suíço que jantar fondue, com vinho da casa. Para o Atul, foi o primeiro; para mim, sei lá, o enésimo – mas sempre gosto! A foto foi para a Valériane, que, mesmo sem poder vir jantar conosco, pelo menos poderia se divertir com nossas turistices. 😀

Do Brasil à Tanzânia… via Suíça?

Se geograficamente não faz sentido passar pela Europa para ir da América do Sul à África, pode fazer bastante sentido economicamente. A passagem via Europa custava menos que a metade da passagem direta. Por isso, a viagem de trabalho à África começou com uma semana de trabalhos preparatórios em Genebra, onde fica o escritório-sede da minha equipe de trabalho. Escrevi um tanto sobre Genebra (e também postei fotos) durante os quatro meses em que estive por lá em 2010–2011, mas sempre vale recordar nostalgicamente e registrar as novas experiências.

Minha primeira providência ao chegar lá foi ajustar meu relógio oficial da companhia ferroviária suíça (CFF), que comprei na última vez que estive na Suíça. Em homenagem a minhas viagens de trem entre Alemanha e Suíça, resolvi ceder ao apelo de consumo de ter um relógio “Swiss made”. (Sim, o relógio ainda estava atrasado quando tirei a foto.)

Devidamente preparado para a pontualidade suíça, fui para a casa do meu anfitrião: o Atul, um dos meus colegas indianos do mestrado na NYU. Como comentei ao contar sobre o casamento a que fui na Índia em 2013, a hospitalidade indiana é espetacular. No primeiro dia fomos jantar em um restaurante mexicano (porque, enfim, quando se está a fim de comida mexicana, é o que se faz), mas nos outros dias ele fez questão de cozinhar.

(E me ensinou a fazer chai masala. Agora ninguém me segura. O céu é o limite.)

Falando em céu, além da vantagem sócio-profissional óbvia de trabalhar durante uma semana no escritório em Genebra – interagir pessoalmente com os colegas, com quem, trabalhando de casa, normalmente só converso por audioconferência –, ver o céu de Genebra também conta como uma vantagem. E naquela semana, para me premiar, ele estava particularmente especial. (Disseram, claro, que foi por eu ter levado um pouco de verão do Brasil pra lá.)

De um lado do edifício (Casa Internacional do Meio Ambiente 2), a vista é para o lado do aeroporto e para a cadeia de montanhas do Jura, na fronteira entre França e Suíça:

Do outro lado do edifício, a vista é para o lado do centro de Genebra, o monte Salève (aquela montanha à direita é o Petit Salève; o Grand Salève fica mais à direita e não aparece nesta foto) e, num dia de visibilidade um pouco melhor, os Alpes:

Ali perto fica a Casa Internacional do Ambiente 1, que abriga o escritório europeu do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, entre outros organismos da ONU. Na parte dos fundos, a fachada espelhada reflete as imagens do céu e do condomínio residencial vizinho:

Num fim de tarde, fui dar uma caminhada pela orla do lago de Genebra (Lac Léman) para ver se tudo continua como está. Óbvio que tudo continua como está. Em Genebra, faz séculos que tudo continua como está.

O lago, o jato d’água (Jet d’Eau), os barcos…

Na Ponte Mont-Blanc, as bandeiras dos cantões suíços. (Ao fundo, desta vez aparece o Grand Salève, que em 2010 subi de teleférico.)

A Cathédrale Saint-Pierre (Catedral de São Pedro) se destaca no horizonte de Genebra, sobre os edifícios com letreiros de marcas famosas e de luxo – Zurich, Cartier, Louis Vuitton…

No domingo à tarde, o Atul e eu fomos ao Salão do Automóvel de Genebra. Dentro dos enormes pavilhões do centro de exposições Palexpo, logo percebemos que a maior parte da população de Genebra teve a mesma ideia para aquela tarde de domingo:

Vimos desde “banheiras” superluxo (como o Mercedes Maybach, que será lançado em abril de 2015)…

… até uns carros com design futurista (desses, vimos um número menor que o esperado!):

Já me perguntaram se eu curto carros tanto assim. A verdade é que, bem sinceramente, não! Fui mais pela experiência de ir ao famoso Salão do Automóvel de Genebra, já que estava acontecendo bem na semana em que eu estava por lá. Não tive nenhuma coceira de comprar um carro novo, melhor, mais luxuoso. Pelo contrário. Minhas primeiras palavras ao Atul ao sairmos da exposição: “É, acho que eu tenho, mesmo, que vender meu carro…” Já refleti sobre isso há algum tempo e à época concluí que ainda precisava de um carro, mas agora que trabalho de casa estou mais inclinado a vendê-lo. Falta apenas um pouco de coragem.

A noite de domingo terminou na companhia da Marina, uma colega de trabalho argentina que mora em Genebra, e ainda do Atul: fomos a um concerto na Cathédrale Saint-Pierre. O coro de câmara Laudate Deum e a Orquestra de Câmara de Genebra apresentaram a Paixão Segundo São João, de Johann Sebastian Bach.

A Marina comentou que ali perto da catedral fica a casa onde morou o escritor porteño Jorge Luis Borges até o ano de sua morte – e que na casa há uma placa comemorativa. Quis passar pela casa e fotografá-la; segui direitinho as orientações da Marina, mas não tive sorte! (Terei de voltar ali outra vez, com tempo e durante o dia.) Nessa tentativa, mesmo sem querer, topei (de novo) com a placa comemorativa do lugar onde ficava a casa de Jean Calvin – ou João Calvino, reformador que adotou Genebra como sua cidade. (Acabei me lembrando deste post aqui, que escrevi em inglês.)

“Jean Calvin viveu aqui de 1543 a 1564, ano de sua morte. A casa onde ele morava foi demolida em 1706 e substituída pelo imóvel atual.”

A noite de domingo para segunda-feira foi curta – às 5h da manhã estava tomando o rumo do aeroporto, para a viagem a Arusha! Embora corrido, foi ótimo estar de novo em Genebra.

E quem foi observador percebeu que eu não contei nada sobre as atividades do sábado. É que no sábado eu fiz um passeio fora de Genebra… mas essa é outra história.

Caminhada única em Limburg

Como comentei num dos últimos textos, em 2013 passei a Páscoa com a família na Alemanha. Antes que chegue a Páscoa de 2014 (faltam dois meses!), vou contar da última.

Não foram férias, propriamente. Férias, no meu caso, costumam ser aquele tempo que eu reservo, não para descansar, mas para me cansar ainda mais, fazendo caminhadas de 20 quilômetros por dia (como em Montevidéu) ou turismo intensivo (como na Índia).

O diferente da Páscoa na Alemanha foi que eu descansei. Fiquei em casa com meus pais, minha irmã, meu cunhado e, principalmente, meus sobrinhos (de então quase três anos; hoje, quase quatro). Brincamos de Lego e de carrinho e de boneca e de avião e de tanta coisa mais que nem me lembro — a imaginação deles está sempre a mil.

Houve um dia — um só dia, em duas semanas — em que não resisti ao turista inquieto que há em mim e fui caminhar pela cidade e fazer algumas fotos. Limburg an der Lahn é uma cidade pequena (cerca de 33.000 habitantes) e bastante antiga (as primeiras menções a ela datam do ano 800), às margens do rio Lahn. No centro antigo, a presença das construções em enxaimel é marcante.

Kornmarkt, ou Mercado de Cereais

Mais casas em enxaimel

Dizeres em letras góticas: “Esta casa está nas mãos de Deus…”

Alte Lahnbrücke, ou Antiga Ponte do Lahn, construída em 1306; por aqui passava a Via Publica, uma estrada que, na Idade Média, ligava importantes cidades, como Bruxelas (Bélgica), Colônia (Alemanha), Frankfurt (Alemanha) e Praga (Boêmia, República Tcheca) 

Parte interna do Limburger Schloss, o castelo de Limburg

A Catedral de São Jorge (Sankt-Georgs-Dom ou Georgsdom) fica bem no alto de uma rocha às margens do rio Lahn e domina a vista da cidade; foi inaugurada em 1235

Nave central da Catedral

Calçadão no centro da cidade, com destaque à Prefeitura (Rathaus), construída em 1899

Pensa num país com D

Bah, desde 15 de março eu não postava… mas voltei. Foram vários os motivos da minha ausência. Depois eu me explico. Ou não. Talvez até poste retroativamente sobre alguns acontecidos. Ou não.

Como quer que sejam os futuros posts do blog do Guri, o que importa é dizer que ele segue vivo – e com cinco aninhos de idade! Para compensar a ausência e comemorar o aniversário do blog, publico finalmente um belo e logo retropostálbum (!) que vinha preparando fazia um bom tempo…

Em fevereiro, enquanto estava na Alemanha, andava pensando nos países que já visitei, em ordem alfabética:

  • A: Alemanha, Argentina
  • B: Brasil
  • C: Canadá
  • D: _________
  • E: Estados Unidos
  • F: França
  • G: Grã-Bretanha (Reino Unido da – forcei?)
  • H: Holanda… e por aí vai.

Então me dei conta que faltava um país com a inicial D. Qual é o primeiro país com a inicial D que te vem à mente? Foi pra lá que eu fui. Dinamarca, claro. Só um geonerd pensaria em Djibuti ou Dominica. 🙂

Brincadeiras à parte, fui à Dinamarca, não para enriquecer a lista alfabética de países visitados, mas para visitar a Rania, minha amiga e ex-colega de mestrado que me visitou em Genebra. Não podia terminar o viajado mês de fevereiro senão com mais uma viagem-aventura!

Comprei um Eurail Pass com direito a andar em todos os trens da Alemanha e da Dinamarca em quatro dias. Sempre em trens rápidos (ICE), saí da estação de Montabaur sexta-feira dia 25/02 às 4h da manhã, fiz uma conexão em Hanau (perto de Frankfurt), para chegar a Hamburg por volta das 9h e dali seguir à Dinamarca.

Quer dizer, esse era o plano. Chegando em Hamburg-Harburg (uma estação antes da central de Hamburg, destino final do trem, onde eu faria a conexão), o maquinista avisou que o trem não continuaria até Hamburg. Greve do sindicato de maquinistas. Detalhe: o aviso foi dado apenas em alemão. Em inglês, confirmei com uma passageira se tinha entendido bem o anúncio – era isso mesmo!

Felizmente o meu bilhete de trem era ilimitado e tinha bastante tempo de conexão em Hamburg – uns 40 minutos. Logo entrei em um trem regional e cheguei a Hamburg a tempo de pegar o trem para Aarhus, a segunda maior cidade da Dinamarca.

A Rania já estava a minha espera na estação. Dali saímos para a Catedral de Aarhus – Domkirke –, cuja construção foi concluída em século XV. Depois de uma rápida visita no interior da catedral, fomos a um museu e sítio arqueológico viking. Encerramos a sexta-feira tomando um café à beira do rio Å (Aarhus significa “casas à beira do rio Å”), antes de seguirmos para o jantar com os pais da Rania.


Principal rua comercial de Aarhus e Domkirke


Teatro, atrás da Domkirke


No interior da Domkirke


À beira do Rio Å

Sábado 26/02 nossos passeios começaram pela Igreja de Nossa Senhora (Vor Frue Kirke). É a mais antiga igreja de Aarhus: o templo original (Igreja de São Nicolau – St. Nicolai Kirke) é do século X; o atual, do século XIII. A cripta faz parte da construção do século X.


Vor Frue Kirke


Cripta da St. Nicolai Kirke

Seguimos pelo centro de Aarhus até a Domkirke, para subir até o patamar dos sinos, na torre da igreja. O vento estava muuuito frio, mas as vistas da cidade lá de cima recompensaram!


Na frente da Catedral


Do alto da torre da Catedral; vista norte

Saindo da torre da Domkirke, fomos a Den Gamle By, dinamarquês para “A Cidade Antiga”. Trata-se de um museu de história e cultura urbanas a céu aberto, com modelos de construções de diversos períodos da história de Aarhus. (Na confeitaria antiga, são vendidos doces produzidos à moda tradicional dinamarquesa. Imperdível!)


Uma das “ruas” de Den Gamle By


Sala vitoriana em Den Gamle By


À beira do rio (congelado!) em Den Gamle By

Passamos quase todo o dia em Den Gamle By, mas no finzinho da tarde ainda fomos ao Museu de Arte Aros, um dos maiores do norte da Europa. Terminando os passeios, fomos lanchar em uma crêperie na Marina Marselisborg (congeladíssima!).


Museu Aros


Entardecer em Marselisborg

No domingo 27/02 madrugamos e pegamos um trem para Copenhage! Passamos o finzinho da manhã e a tarde caminhando muito pela cidade gelada. Passou bem rápido, mas vimos muitos pontos turísticos, por isso é melhor contar a história através das fotos:


Chegada em Copenhage, -4 °C; à direita, a estação de trem


Prédio da Prefeitura de Copenhage (Kobenhavns Radhus)


Palace Hotel, à esquerda da Prefeitura


Ainda na praça da Prefeitura


Com Hans Christian Andersen, famoso escritor dinamarquês


Prédio em frente ao Teatro Real


Teatro Real Dinamarquês (Det Kongelige Teater)


Guardas em frente ao Palácio Amalienborg


Portal do Palácio Amalienborg


Troca da guarda I


Troca da guarda II


Troca da guarda III


Ópera de Copenhage (Operaen), do lado de lá do gelo!


Frederiks Kirke, ou a Igreja de Mármore, perto de Amalienborg


Altar da Frederiks Kirke


Igreja Anglicana St. Alban’s, no Parque Churchill


Com a Rania e a Pequena Sereia (de Andersen)


Moinho e canhão antigos no Kastellet, uma fortificação antiga,
junto ao Parque Churchill


Com a Rania no restaurante Skipperkroen, em Nyhavn


Nyhavn, o canal mais fotografado de Copenhage,
com suas construções coloridas do século XVII


Mais Nyhavn


E ainda Nyhavn


Palácio Christianborg,
sede do Parlamento, do Gabinete do Primeiro Ministro e de Suprema Corte (ou seja, dos três poderes do governo) da Dinamarca


Antiga Bolsa de Valores (Børsen), um dos mais antigos prédios de Copenhage, construído no século XVII. O pináculo em espiral, com três coroas no topo, simboliza a união dos reinos nórdicos.


Ny Carlsberg Glyptotek: museu de arte antiga e contemporânea

O tempo em Copenhage foi pouco, mas bem aproveitado, como se viu! Depois da rápida visita ao museu, a Rania e eu voltamos à estação de trem para um lanche… e despedidas – ela seguiu de volta a Aarhus no próximo trem e eu encarei 12h de viagem de volta, chegando a Montabaur às 6:44 da manhã da segunda-feira 28/02.

(Andar no City Night Line, o trem noturno da Deutsche Bahn, foi uma experiência à parte, que não sei se quero repetir, pelo menos não nas mesmas condições. Fiquei na acomodação mais barata, é óbvio, na cama do meio de um triliche; na mesma cabine, cinco estranhos. Em alguns momentos fiquei preocupado com a segurança das minhas coisas e cheguei a pensar que deveria ter pago um pouco mais para ficar mais bem acomodado, mas no fim deu tudo certo. “Valeu pela experiência”, como todo conformado comportado tem que dizer depois que a coisa está feita e não tem volta.)

E assim terminou meu rápido porém lindo passeio pela Dinamarca! Mas pronto: sigo completando a lista alfabética de países visitados.

A caminho da Índia. 😉

P.S.: Tô brincando.

P.P.S.: Ou não.

Aqui, lá e acolá pela Alemanha

Meu fevereiro na Alemanha foi bastante intensivo em trabalho, tempo com a família e viagens.

Na primeira quinzena, trabalhei num artigo sobre direito e política internacionais do investimento estrangeiro. Esse artigo precisa ainda receber os comentários e a aprovação dos meus orientadores – meu professor na NYU e minha supervisora no IISD – e então ser entregue ao Institute for International Law and Justice da NYU, do qual recebi bolsa para o estágio em Genebra. Terminada a primeira versão do artigo, comecei a trabalhar como consultor em dois projetos do IISD.

Essas atividades principais, desenvolvidas em dias de semana ao longo do mês, foram permeadas por momentos em família – com meus pais, irmã, cunha e os sobrinhos gêmeos Isabel e Felipe, nascidos em julho de 2010. As sessões de “babação do dindo Guri” foram numerosas e deliciosas. Os gêmeos retribuiram a atenção aprendendo em minha homenagem sua primeira palavra, um diminutivo do meu apelido: Gu.

Além disso, em alguns passeios de meio-turno e em todos os fins de semana de fevereiro viajei bastante pela Alemanha para resolver assuntos burocráticos e visitar amigos aqui, lá e acolá. Alguns amigos eu não via desde 2008, quando fiz o estágio no Secretariado das Nações Unidas para o Clima, em Bonn. Mas antes de contar sobre os passeios… dois acontecimentos inusitados.

* Inusitado I *

Na tarde do dia 14/02, estava eu trabalhando na sala da casa da minha irmã em Untershausen quando tive a experiência de meu primeiro terremoto! Foi um tremor de 4,4 graus na escala Richter, seguido de dois tremores secundários (algum tempo depois). Não houve danos, felizmente – foi só um susto emocionante!

* * Inusitado número II * *

Na noite de 15/02. estava eu de banho tomado, de pijama, sentado na sala do apartamento dos meus pais em Isselbach, trabalhando enquanto esperava por eles. Tocou a campainha. Achei que eram meus pais, mas era uma enfermeira, que não apenas chegou, mas chegou chegando: quando vi ela estava no meio da sala. Tinha vindo com urgência para atender minha esposa (?) doente.

No meu alemão limitado, tive que explicar a ela que só podia ser um engano e que ela tinha o endereço errado. Ela foi embora pedindo desculpas e eu fiquei por aí – para cuidar da minha esposa (!), o que eu só consegui fazer quando parei de rir, uns 15 minutos mais tarde.

Contei o acontecido num curto update no facebook e recebi vários comentários dando continuidade à história – minha irmã Lu desejando melhoras à cunhada; a amiga Jen fingindo ser minha esposa e reclamando de eu ter mandado a enfermeira embora; a amiga Évelyn sugerindo que eu levasse a minha esposa para um passeio de recuperação na Bavária… No dia seguinte, postei no facebook fotos da viagem com minha esposa ao Castelo de Neuschwanstein, na Bavária – mas resolvi parar, porque a coisa estava ficando fora de controle.

* * * Passeios * * *

Agora sim, aos passeios! A agenda foi intensa, então o relato vai ser resumido, com algumas fotos, só para dar um gostinho. Outras fotos selecionadas estão no meu álbum Deutschland Februar 2011.

Diez (02/02): Visitei com meus pais o Schloss Oranienstein, um castelo barroco construído pela princesa holandesa Albertine Agnes.


Schloss Oranienstein

Frankfurt (03-05/02): Fui ao Consulado Americano para fazer um reconhecimento de firma (burocracias para o NY bar!) e aproveitei para visitar um casal de amigos uruguayos – Magui e Diego.


Remando a Frankfurt


Almoço (Flammkuchen) com Magui

Heidelberg (06/02): Com meus pais, fui a um concerto da orquestra e do coro da Universidade de Heidelberg, em comemoração aos 625 anos da universidade: uma sinfonia de Schubert e uma missa de Bruckner.


Concerto na Stadthalle Heidelberg

Bonn (11/02): Recordando os bons tempos do meu estágio no Secretariado das Nações Unidas para a Mudança do Clima, fui a Bonn. Passeei pelo centro antigo, comprei coisinhas para meus sobrinhos na Bouvier (minha livraria preferida na cidade!), comprei também umas partituras de flauta para mim… e terminei com um almoço num restaurante grego, com Maria e Elsa, que trabalham no secretariado.


Beethovenstadt Bonn

Colônia (Köln) (11-12/02): Ainda na sexta-feira 11 à noite, encontrei-me com a Barbara, ex-colega de estágio no secretariado, e fomos a Colônia, onde ela mora. Depois da janta chegou o Tobias, namorado dela, e ficamos os três colocando os papos em dia por hoooras. No fim da noite, antes de pegar o trem de volta pra casa, fui para a outra margem do Reno para tirar fotos noturnas da cidade.


Catedral (Dom) e Hohenzollernbrücke


Cologne – vista da cidade antiga

Braunfels (17/02): Meus pais e eu passamos a manhã em Braunfels, onde há um grande número de casas em estilo enxaimel (em alemão, Fachwerk). Também fizemos uma visita guiada ao castelo, que, tal como Oranienstein, também pertence à nobreza holandesa.


Enxaimel em Braunfels


Schloss Braunfels

Colônia (Köln) revisitada (18/02): Fui de novo a Colônia para passar o dia com o amigo Lev, ex-colega da NYU. Entre outros passeios, subimos ao alto de uma das torres da catedral (157 m)! (Só pra lembrar: escadas, ok – na Idade Média não faziam torres com elevador.) Trata-se da maior catedral gótica do norte da Europa (a segunda maior é York Minster, que visitei em 2007). As torres são as segundas mais altas torres de igreja em todo o mundo, perdendo apenas para a da Catedral de Ulm (161 m), que eu subi com meu cunhado em 2001… antes que a era da fotografia digital começasse pra nós!

Depois do passeio com o Lev, encontrei Barbara e Tobias de novo para irmos juntos a um tradicional show de carnaval chamado Immisitzung. As piadas culturais e o pesadíssimo sotaque kölsch (ou seja, da região de Colônia) atrapalharam minha compreensão, mas no contexto até que entendi bastante! O tema da festa é a diversidade cultural de Colônia e, por isso, os convidados são incentivados a fantasiar-se de acordo. Por sugestão da Barbara, fui como teuto-brasileiro – mas não digo mais nada sobre minha fantasia. Fotos no álbum online.


Vista de Colônia do alto da catedral


Com o Lev na frente da catedral

Düsseldorf (19/02): Ir dormir às 3:30 da manhã depois da Immisitzung (!) não me impediu de acordar às 7:30 para pegar um trem a Düsseldorf, onde visitei o amigo Jens, que conheci na Argentina em 2008. Muita conversa para pôr em dia, claro, e muitos passeios pela bela cidade, que visitei pela primeira vez! Além de visitarmos um centro cultural japonês (Düsseldorf tem a maior colônia japonesa na Alemanha), fizemos uma caminhada sugerida pelo centro da cidade, procurando pistas para resolver uma charada… foi bem divertido!


Com o Jens no jardim japonês EKO-Haus (templo budista ao fundo)


Wallstraße – ou, como foi na semana da fusão das bolsas alemã e nova-iorquina, o título alternativo da foto é: “Dois nova-iorquinos observam o novo nome de Wall Street, em frente ao seu Starbucks preferido.”


Casa com relógio e sinos na Marktstraße

Koblenz (24/02): Para comemorar o aniversário da minha mãe, fomos comer sushi no nosso restaurante preferido aqui da área, em Koblenz.


Görresplatz, Koblenz

Descontando as idas e vindas entre Isselbach (onde moram meus pais) e Untershausen (onde moram irmã, cunha e sobrinhos), essas – ufa! – foram minhas superviagens pela Alemanha em fevereiro.

Para ter uma ideia aproximada da distância percorrida, coloquei os itinerários todos no Google Maps – de Isselbach a cada um dos destinos e de volta a Isselbach, somando… 1.226 km!

Ver ampliação

Claro que eu não podia terminar o post sem fazer menção ao meu meio de transporte mais usado (e preferido): InterCity Express (ICE) o trem de alta velocidade (até 300 km/h) da Deutsche Bahn, rede ferroviária alemã. Na volta de Düsseldorf, pouco depois que a tela do trem chegou a marcar 274 km/h, registrei na foto:


Voltando pra casa de ICE a 266 km/h!

“Tudo, e tu?”

Por que alguém escreveria “já estou melhor, obrigada” com azulejos na parede? A pergunta do último post continua sem resposta. Mas uma coisa é certa, e o Felipe captou muito bem ao comentar esse post: se fosse pra eu escrever algo parecido em azulejos, seria “Tudo, e tu?”!

Aceitei o desafio.

Era mais ou menos isso, Felipe? 😉